Um menino foi resgatado com vida, mas não resistiu (foto: Xando Pereira/ A Tarde) |
Uma tragédia assombrou todos os
baianos nesta quinta-feira (24). Uma lancha denominada Cavalo Marinho I
naufragou na Bahia de Todos os Santos. A embarcação transportava 120 passageiros quando saiu de Mar Grande por volta das seis e meia da manhã com
destino a Salvador. Até o momento, o número de mortos chega a 18, embora bem
mais cedo tenha sido divulgado quantia superior. Logo após o naufrágio, 26 pessoas
foram resgatadas, sendo que cinco delas foram encontradas sem vida. A tragédia seria bem maior se a lancha tivesse
com sua capacidade máxima de 170 passageiros. Segundo informações do Comando do
2º Distrito Naval, além das equipes de busca enviadas para o local, alguns
moradores e pescadores, que estavam nas proximidades, conseguiram usar barcos
menores para socorrer algumas pessoas.
Várias vítimas foram atendidas em
Mar Grande por equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e por
socorristas voluntários. O Grupamento Aéreo da Polícia Militar da Bahia (Graer)
e a Capitania dos Portos pouco depois já estavam no local. Ainda segundo o
Comando do 2º Distrito Naval, a embarcação teria tentado ajudar um barco que
estaria encalhado e ocasionado, possivelmente, o acidente. Passageiros indicam
também que chovia muito e as pessoas ficaram quase todas em um só lado da
embarcação, facilitando a virada. Mas ainda não se sabe as causas do acidente
que provocou o naufrágio. O diretor-executivo da Agência Estadual de Regulação
de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba),
Eduardo Pessoa, garante que a embarcação estava dentro das condições permitidas
para realizar a travessia. "O barco é vistoriado pela Marinha, a
documentação está em dia. Todas as oito lanchas que aqui operam estão com a
documentação em dia", afirmou.
No portal Bahia Notícias, uma
postagem dizia que a tragédia já havia sido anunciada, de acordo com o filho de
uma das sobreviventes do acidente. Edcarlos Reis Ramos Souza disse que, sua
mãe, Meire Reis Ramos Souza, gravou um vídeo nesta quarta (23) em que mostra a
mesma embarcação quase virando. Segundo ele, sua mãe mora em Barra do Gil e
realiza a travessia diariamente. Apesar do susto causado pelo acidente hoje, a
vítima foi socorrida para o Hospital Geral do Estado (HGE) e passa bem.
Equipes de Valença, Feira de
Santana, Salvador e Santo Antônio de Jesus foram recrutadas para colaborar no
resgate às vítimas do naufrágio da lancha Cavalo Marinho I. Uma criança com 1
ano de vida foi resgatada, mas veio a falecer após atendimento. Os corpos foram
transportados nos rabecões que fizeram a travessia via ferry-boat. A estratégia
é levar os corpos já resgatados para Salvador, a fim de deixar as unidades de
atendimento do interior mais disponíveis para receber os sobreviventes e corpos
que venham a ser encontrados posteriormente. A empresa já liberou o ferry-boat e
as equipes de busca só sairão do local quando sair de lá o último corpo necropsiado.
A expectativa do DPT é identificar todos os corpos por necropapiloscopia,
procedimento feito através das impressões digitais.
Um bebê de seis meses está também
entre as vítimas fatais do acidente. A informação foi confirmada pela mãe do
menino, que estava na região do Terminal Marítimo de Passageiros do Porto de
Salvador. Jane da Cruz, tia do bebê, disse ao portal Bahia Notícias que também
estava no local e que o menino estava na embarcação com a mãe, a avó e uma
menina de dois anos. "É doloroso demais. Muito doloroso. Não só pra mim,
mas para muitas mães", declarou Jane à imprensa. Até o momento, nas 18
mortes confirmadas pela Marinha estão duas crianças de dois e três anos. Na
Ilha de Itaparica, há vítimas sendo levadas para a Unidade de Pronto
Atendimento (UPA) em Mar Grande e também ao Hospital Municipal de Itaparica. As
que estão sendo atendidas em Salvador são encaminhadas ao Hospital Geral do
Estado e ao Hospital do Subúrbio.