Landisvalth Lima
Vereadora Ana Dalva fugindo da vice e dos vices (foto: Landisvalth Lima) |
O lugar mais cômodo da política
é o ilógico. Não esperem que a política siga o curso normal da natureza. O
comum é sempre surpreender. Se se procurar justiça, nem pense que ela terá
lugar. Hoje, para exemplificar tudo isso, temos uma personagem: Ana Dalva.
Enquanto todos na política de
Heliópolis procuram partidos fortes ou legendas de fácil manipulação, a vereadora
Ana Dalva trocou 20 anos de PPS, que nunca foi legenda sólida na Bahia, por um
partido ainda engatinhando, a Rede Sustentabilidade. Apesar disso, foi o
primeiro partido a declarar apoio a Ildinho e não reivindicou o lugar de vice
na chapa, o que seria comum. Ana Dalva e seus marineiros fizeram logo isso para
evitar quaisquer falatórios que envolvesse seu nome ou da legenda. Queria
tranquilidade para lutar pela sua reeleição e tentar emplacar Diego Souza numa
segunda cadeira.
A única exigência do partido e
de sua principal representante foi não ter nomes problemáticos na chapa de
Ildinho: Giomar Evangelista, Walter Rosário ou Zé do Sertão. Depois,
contrariando decisão do partido, em nome da união do grupo, aceitou a inclusão
de Zé do Sertão na chapa, mas o porta voz da Rede, que escreve este artigo,
colocou uma condição: que a presidente do PROS – Partido Republicano da Ordem Social
– e filha do candidato a vice, publicasse na Internet um pedido formal de
desculpas sobre as mentiras ditas contra o prefeito, este blogueiro, Ana Dalva,
Beto Fonseca e vários outros. Até agora nada foi feito.
Nos últimos três dias, a
oposição vem insistindo para tirar Ana Dalva do grupo do prefeito, justamente
por saber da insatisfação do partido em relação à escolha do vice. Gilberto
Jacó quer Ana Dalva como vice dele e o vereador Mendonça também. Tanto este professor
como a vereadora já fizeram ver que não há hipótese de Ana Dalva ser vice de
ninguém, nem mesmo de Ildinho. O honroso lugar de vice-prefeito é cemitério
para político em Heliópolis. Está aí Gama Neves que não me deixa mentir. Não conseguirá
nem disputar esta próxima eleição. Dona Vanda foi vice duas vezes, quando
terminou o mandato foi para casa e nunca mais disputou cargo algum.
Todos também sabem que o único
vice a assumir a prefeitura foi Genival Nunes. Saiu do mandato para nunca mais
disputar nada e até hoje não recebeu até o seu último salário. O primeiro
vice-prefeito de Heliópolis está completamente esquecido. De todos os políticos
que tiveram mandato em Heliópolis, quatro já faleceram. Dois vereadores, João
Gualberto (João de Ananias) e Manoel Francisco de Matos (Manelão), e dois ex-vice-prefeitos,
Dona Vanda e Antônio Rodrigues de Oliveira (o Clóvis). Este último só foi vice
uma única vez. Depois lutou para sobreviver como professor. Doente, fez tudo
para se aposentar e faleceu dia 30 de maio deste ano. Hoje recebemos um
telefonema da Secretaria de Educação: Clóvis estava aposentado desde 7 de
junho, uma semana após a sua morte. Ninguém sabia de sua morte lá em cima.
É um cargo útil, mas desonrado
por aqui. Não se entende como alguém faz o que fez Zé do Sertão só para ser
vice, a não ser que tenha certeza de que assumirá um dia. O diabo é saber como
tanta gente que não quer ser vice oferece a vice. Acho que é para descartar o
sujeito. Colocá-lo lá no canto quieto e não permitir que ele interfira na administração.
Prova é Santaninha, hoje primeira dama, que também foi vice, mas nunca
interferiu na administração e nem influenciou em coisa alguma. Mesmo porque,
quem estava como prefeito, nunca deu oportunidade, embora hoje exija para si.
De modos que, contrariando a
lógica, Ana Dalva diz que só iria para ser a candidata a prefeita das
oposições. Aí disputaria uma eleição diferente, contra um prefeito que trabalhou,
para construir um debate da Heliópolis do futuro. Como a coisa não é assim, e
Ana Dalva não tem 1 ou 2 milhões para fazer crescer a ambição de alguns cabos
eleitorais, ela pede aos colegas que lancem logo a chapa porque a eleição
começa sábado e ela precisa pedir votos no meio da Feira.