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Lena morreu!

A educação pública está morrendo – I

Ontem, várias escolas particulares encerraram o semestre letivo. Tudo ocorreu como planejado. Simples. Professores e funcionários estão gozando férias e os seus salários já foram depositados em suas contas bancárias. Muito simples. Na outra ponta, a escola pública se arrasta e caminha para o caos, se é que lá já não está. Complicado. Não quero aqui fazer comparações, mas por que diabos não se consegue cumprir minimamente um calendário escolar na escola pública? Greves, desorganização, falta de investimento e até salários atrasados. Muito complicado.
Depois da chegada do governador Rui Costa a Heliópolis, esperávamos que o Colégio Estadual José Dantas de Souza entrasse numa nova era. A escola top de Heliópolis foi usada por muito tempo como cabide de emprego, marketing político e perseguição a adversários. Jamais houve preocupação com o futuro da escola e dos seus alunos, notadamente entre 2009 a 2015. A administração da ex primeira dama do município deixou marcas difíceis de serem sanadas. Com a nova diretoria e a boa vontade de alunos e professores, vários problemas estão sendo resolvidos, mas alguns vícios insistem em não acabar.
O CEJDS está há mais de 30 dias sem Internet. Fiquei horas ao telefone para, junto com os técnicos, descobrirmos o defeito. Vem um técnico da Oi e afirma que o modem estava com problema. Ele nos oferecia um modem por 140 reais. Instalava tudo na hora e ainda regulava a velocidade. Perfeito, mas a escola estava sem grana. Os diretores fizemos uma vaquinha. Pagamos e a internet voltou. Quinze dias após houve nova pane. Mais horas ao telefone. Veio um técnico da OI e disse que tudo estava certo e condenou o modem novo que compramos. Depois de muito penar, um técnico da Rede banda Larga nas Escolas pediu para trocar o modem que o problema seria resolvido. Nos deram quatro nomes de modelos aprovados para o programa.
A saga não parou por aí. Nenhum dos modelos indicados são vendidos na região. Em Aracaju, depois de muito andar, encontrei um dos modelos. Apenas 70 reais. Instalamos e falei com Salvador para, via telefone, configurar a rede. O técnico não conseguiu, mas prometeu visitar a escola para solucionar o problema pela tarde da quarta-feira, dia 15, aniversário de um mês sem a rede mundial de computadores. Não veio. Ligamos novamente e tudo ficou para o dia seguinte. Não veio. Ligamos mais uma vez e tudo ficou para a sexta-feira. Não veio novamente. 
A escola está tentando passar ainda as notas da 1ª unidade, já que tudo está no bendito sistema. Tudo atrasa. As contratações nunca chegam. Estamos contando com a colaboração de pessoas, de alunos e professores, mas tudo esbarra quando depende do estado ou das empresas que prestam serviços ao estado. Duas funcionárias foram aposentadas e não houve substituição. Os funcionários terceirizados foram ameaçados de demissão, mesmo com 3 meses em atraso. Pior, não há perspectiva de melhoras porque o discurso é bonito, mas os vícios continuam. Até o grêmio estudantil ameaçou uma paralisação para protestar contra o descaso. Os alunos não aderiram. Parece que ninguém se importa.