Landisvalth Lima
Eu sei que a eleição municipal
está distante e que qualquer análise por agora seria fadada ao fracasso da não
configuração como realidade futura. As profecias nem sempre são ignoradas, mas
poucas, muito poucas, foram concretizadas na futurologia do tempo. Até Padre Antônio
Vieira se mostrou um fracassado profeta ao prever Portugal como centro do mundo.
Errou também ao pensar na Língua Portuguesa como predominante no mundo de hoje.
Para completar, errou feio ao projetar o Catolicismo como a religião que uniria
todos os povos. Mas vou aqui estabelecer um quadro baseado nos fenômenos atuais
da política de Heliópolis. É uma espécie de “se a eleição fosse hoje” e nada mais.
Começo com a situação do
prefeito Ildinho. Não diria que está uma maravilha. Vários ocupantes de cargos
de confiança estão aquém de um desempenho pelo menos mediano. É um tempo de
vacas magras, com baixos recursos e aperto nas contas. É nessa hora que fala
mais alto a eficiência dos serviços públicos, que permite ao povo perceber que
não há grandes obras mas tudo está no seu devido lugar. Ocupantes de cc’s vivem
a engordar suas preguiças em casa ou sentados numa cadeira a olhar a paisagem.
Tudo fica engavetado e os projetos ficam nos papéis. Não há administração que
sobreviva a isso. Mas ildinho ainda tem 20 meses para mudar esta realidade.
Melhorando, é imbatível.
Na outra ponta está a oposição,
agora com os reforços conhecidos de Gama Neves e Antônio Jackson/Zélia
Maranduba. Marcaram um ponto ao ganhar a presidência da Câmara, perderam outros
ao não negociar o Orçamento e ao desconsiderar os avanços promovidos por Ana Dalva
no Legislativo. Dizem que o único fato que contribuiu para não apoiar a
vereadora foi temer um crescimento político dela. Imaginam que presidência de
Câmara dá visibilidade a vereador. Então me expliquem como o vereador Doriedson
conseguiu aqueles votos na frente de Mendonça? Até uma garagem dá mais voto que
presidência de Câmara. Agora o Giomar está entusiasmadíssimo. Acho até que ele
se imagina como provável candidato dos Pardais. Está na lista sim, mas não por
ser presidente. Além dele há Mendonça, Valdir do Bujão e Gama Neves.
Dos candidatos prováveis da
oposição, retiro logo da lista Gama Neves. Acredito até que será convidado a
continuar vice. Quando o grupo dos Pardais apoiar um candidato de fora do seu
campo de confiança é porque sabe que vai perder. Como nada mudou na política de
Heliópolis, o mais bem colocado é Valdir do Bujão, caso exiba o alforje com o
milhão de reais para cobrir os gastos de campanha. E acho que ele só toparia
com um bom vice. Ponto para Gama Neves. Se essa chapa acontecer, Mendonça,
Claudivan, Giomar, Valdelício, Doriedson estão com a reeleição garantida. Quem
estrar aí só servirá para fazer número. Mendonça sendo o candidato, duvido que
Gama Neves aceite ser vice. É provável uma terceira candidatura porque Gama ou
sai ou vai assessorar Aleluia em Brasília.
Mas ainda tem um porém: vai
haver eleições em 2016? Com a reforma política em andamento, há a possibilidade
da finalização de todos os mandatos em 1918, com fim da reeleição e tudo mais.
Aí, Ildinho não será candidato e terá que escolher seu sucessor num grupo heterogêneo
e de difícil acomodação. É uma tarefa quase impossível. Os grupos, dentro do
grupo de Ildinho, são adeptos de Esaú e Jacó. A oposição sofrerá menos, mas
Gama Neves fica numa situação difícil e terá que costurar sua indicação para a
cabeça da chapa. Para completar, não estamos colocando na conta a possibilidade
do surgimento de uma terceira via. Gilberto Jacó está vivíssimo.