A primeira presidenta da
história do país não poderia deixar marca mais relevante. Puxada por um grande
déficit da Previdência, as contas do governo central ficaram negativas pela
primeira vez no acumulado de um ano desde o início da série histórica.
Dilma Rousseff patrocina decadência histórica |
As contas da presidente Dilma
Rousseff fecharam 2014 com um déficit primário de 17,242 bilhões de reais. O
resultado do chamado governo central, que reúne as contas do Tesouro Nacional,
INSS e Banco Central, registraram o pior desempenho da série histórica que teve
início em 1997. Foi o primeiro déficit da série e corresponde a 0,34% do
Produto Interno Bruto (PIB). Em 2013, o superávit acumulado foi de 76,993
bilhões de reais, ou 1,59% do PIB. Dá a entender que Dilma quebrou o país para
não perder o poder. O desastre é tão notório que a até seu partido está
colocando a boca no trombone.
E não se trata apenas de
problemas relacionados à corrupção. O rombo histórico das contas do governo,
divulgado pelo Tesouro nesta quinta-feira, consolidou um processo de forte
deterioração fiscal que a presidente Dilma tenta agora reverter para retomar a
confiança no país. Apesar das pedaladas fiscais (atrasos nos pagamentos de
despesas) que ainda ficaram para 2015 e receitas extraordinárias, o resultado
de 2014 ficou distante da última previsão do governo, de fechar o ano com um
superávit de 10,1 bilhões de reais. No início do ano, o governo prometeu fazer
um superávit de 80,7 bilhões de reais nas contas do governo central. Dilma não
está pagando nem mesmo contas simples como água e luz dos escritórios das
embaixadas.
A conta é conhecida: o resultado
reflete uma combinação de aumento de despesas, queda forte da arrecadação por
causa da atividade econômica fraca e desonerações tributárias em volume
elevado. Dados do Tesouro mostraram que as despesas subiram 12,8%, para 1,013
trilhão de reais, enquanto as receitas avançaram apenas 3,6%, totalizando 1,031
trilhão de reais. A Previdência foi, de longe, o setor que mais contribuiu para
o rombo anual. Separadamente, as contas do Tesouro tiveram um superávit de
39,570 bilhões de reais, o do INSS um déficit de 56,698 bilhões de reais e o
resultado das contas do Banco Central foi negativo em 114,8 milhões de reais.
Após as eleições, apenas em
dezembro, as contas do governo central registraram um superávit de 1,039 bilhão
de reais, decepcionando mais uma vez. No final do ano passado, o ex-secretário
do Tesouro Nacional, Arno Augustin, havia garantido que o superávit seria de
dois dígitos, o que não ocorreu. O resultado de dezembro é pior para o mês
desde 2008, quando as contas fecharam com déficit primário. Para não ser
responsabilizado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, o governo conseguiu que o
Congresso Nacional aprovasse uma alteração na Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO) que permite o descumprimento da meta. Ou seja, para encobrir a realidade,
Dilma conta com o Congresso e, para continuar no poder, conta com o Bolsa
Família. Em ambos os casos, o Orçamento é a arma de convencimento. Enquanto
isso, o Brasil segue descendo a ladeira do desenvolvimento.
Com texto básico da revista
VEJA.