Landisvalth Lima
Se fizermos um levantamento
detalhado dos setores em que a Bahia vem perdendo espaço, caberia uma conclusão
inquestionável: estamos em plena decadência. Há uma crise capitalista no ar,
sim. Não precisa dizer. Todos estão cansados de saber. As crises em economia
são resolvidas por decretos, ajustes, trabalhos governamental e privado. O
problema é que estamos vivendo também uma crise de criatividade. Chega a ser
bestial o momento em que estamos vivendo. Nunca jamais na história deste estado
fomos tão sem noção, tão sem norte! Tão míseros e sem criatividade. E isto
requer muito mais que medidas corretoras. Precisamos de um choque cultural.
A primeira coisa que se precisa
para corrigir um erro é admiti-lo. A propaganda governamental é combustível
para o otimismo. Esse negócio de ficar comparando o agora com o antes é balela.
Até minha avó morta sabe que sempre é possível melhorar em alguma coisa, por
mais ruim que possa ser o governo. A estrutura que governa a Bahia tem mais de
30 anos. Os vícios são seculares e as virtudes são poucas e centralizadas.
Todas as estruturas estão contaminadas pelo continuísmo e pela ideia do se
mudar é pior. O lema mais comum é o empurrar com a barriga.
Só para não dizer que estou
jogando conversa fora, pergunto: o que mudou na educação da Bahia nos últimos
anos? Nada, porque o Ensino Fundamental de 8 para 9 anos foi projeto nacional.
Ensino Técnico? É projeto também nacional, não vale. Criação de universidades?
Também não vale. É coisa do MEC. Nem mesmo a UNEB cresceu. A Bahia parou na
estrutura de governo montada por Antônio Carlos Magalhães e se ancora nos
projetos oriundos do governo federal.
E não é só na educação, não.
Nosso maior ídolo na música retoma letras de velhos boleros, que estariam bem
melhores na voz de Maria Bethânia. O axé gorou nossa criação musical. Não há
mais novos Caetanos e Gilbertos. O Pelourinho pede socorro, o teatro está de
cuia na mão e a nossa literatura desapareceu da mídia. Os artistas que criam
algo novo não conseguem aparecer porque não tem o lepo-lepo. Até na política a
oposição é velha. Pasmem que, como saída, querem um neto de ACM, que desenvolve
com questionável competência velhos métodos ligados ao aumento de impostos e
obras de restauração para turistas.
E no futebol? Precisa dizer mais
algo? Precisa revelar que vendemos os nossos Taliscas jovens por bagatelas e
compramos ex-craques ultrapassados e com defeitos em várias partes da rebimboca
da parafuseta? Neste ponto não devemos nos preocupar. O Flamengo em breve ultrapassará
Bahia e Vitória em número de torcedores no nosso estado e teremos o nosso
representante global na 1ª divisão. Acho que o melhor é torcer para o Confiança
de Sergipe, que agora vai disputar a 3ª divisão! Lá, pelo menos estão
melhorando em alguma coisa. Não demora muito e poderemos ter Confiança e
Vitória no Lourival Batista, em Aracaju, pelo campeonato brasileiro da 2ª ou 3ª
divisão. Alguém duvida?
Por fim, deve aparecer algum otimista
de plantão para dizer que eu estou falando mal da Bahia. É que o babaca não leu,
não ouviu e nem viu a arte de Gregório de Matos, Padre Vieira, Manoel Botelho, Castro
Alves, Frei Itaparica, Pedro Kilkerry, Euclides da Cunha, Jorge Amado, Adonias
Filho, Caetano Veloso, João Gilberto, Gal Costa, Maria Bethânia, João Ubaldo
Ribeiro, Gerônimo, Caribé, Antônio Torres, Dias Gomes e centenas de tantos
outros artistas que, criando o novo ou parodiando o velho, sempre fizeram
brilhar a velha face da Bahia. Espero que tudo isso não vire saudade num túnel
sem uma nova luz!
Angico grita novamente
Moradores do Angico interditam BA 393 mais uma vez |
E o pequeno povoado Angico,
município de Fátima-Ba, localizado no km 3 da BA 393, que liga Heliópolis-Ba a
Poço Verde-Se, ainda não obteve nenhuma resposta das autoridades. Na semana
passada fizeram manifestação pedindo a instalação de quebra-molas no local, após
a morte do jovem Adão Nascimento, de apenas 16 anos. Ninguém deu satisfação.
Hoje, mais uma vez, interromperam o tráfego na BA 393 no local e aguardam
solução para o problema. É a Bahia! Estamos no mês final do ano e ainda não
resolvemos os velhos problemas. Será que a solução ficará para depois do
próximo carnaval?
Heliópolis ainda sem Orçamento
Ana Dalva: Sessões até o Natal |
A Câmara Municipal de Heliópolis
não realizou sessão ordinária nesta segunda-feira. O número de vereadores
presentes não foi suficiente para iniciar a reunião. Todos os vereadores da
oposição, incluindo Valdelício, não apareceram. Alguém precisa avisar aos
estrategistas da oposição que a coisa foi mal planejada. Uma coisa é obstrução,
outra é ausência. A presidenta da casa, vereadora Ana Dalva, pode descontar dos
salários dos edis a ausência. É que não deram nenhuma satisfação e nem
apresentaram atestado médico. Também não podem apresentar a interdição da pista
no Angico como desculpa porque eles moram do lado de cá. Ninguém entendeu o que
quer os opositores. Falavam na apresentação de uma emenda que até o momento não
apareceu. E olhem que há dois políticos experientes dividindo o comando: o
vereador Mendonça (PCdoB) e o Vice-prefeito Gama Neves (DEM). O blog tentou
entrar em contato com o vice-prefeito mas ele desligou o telefone. Já o
prefeito Ildinho Fonseca esperava o vice-prefeito para uma conversa neste fim
de semana. Parece que nada aconteceu. Fato é que, segundo Ana Dalva, não haverá
tempo para, em uma sessão, votar o Orçamento, a mudança no Regimento Interno e promover
a eleição da nova mesa diretora da casa. “Tudo indica que este ano chegaremos
até o Natal”, disse a presidente. Sem aprovação do Orçamento, a Câmara
Municipal não poderá entrar em recesso. A última sessão do ano seria na próxima
segunda-feira, dia 15 de dezembro.