Rodrigo Rara (*)
Rodrigo Rara |
Instituições nem pessoas devem
ser blindadas de vaias em um país democrático, no entanto agressões como as
lançadas esta semana contra a Presidente Dilma Roussef são reprováveis e
rebaixam o Brasil no olhar do mundo. Nós brasileiros jamais seremos respeitados
enquanto um (a) Presidente da República deste país for tão facilmente
suscetível a receber um "vá tomar no **", ainda mais de seus pátrios.
Todavia, me incomoda esta nova
onda de indignação seletiva; não podemos confundir aqueles que sempre atuaram
no submundo da política, com posturas e discursos absolutamente criminosos com
guardiões da ética no debate político e da "liturgia" do cargo público,
em razão do acontecido com a Presidente. Basta observar a postura contraditória
de inúmeros destes "novos revoltados" nas redes sociais.
São notórias - por exemplo - as
campanhas difamatórias contra o senador e presidenciável Aécio Neves, rotulado
como "usuário de cocaína" ou contra o Presidente do Supremo Tribunal
Federal, ministro Joaquim Barbosa, chamado de "negro vendido a elite
branca" por parte daqueles mesmos que hoje se arvoram defensores da boa
política.
Todos nós sabemos que essa
postura contraditória não é espontânea, nem é de graça. Estes militantes se
especializaram no "assassinato de reputações", em difamar e atacar a
imagem dos adversários do seu projeto de poder, ainda que a utilizar de
mentiras para fazê-lo. Seguem à risca, desavergonhadamente, a lógica
maquiavélica de "os fins justificam os meios".
Feita a crítica, não cabe aos
insatisfeitos com o Governo incorrerem nos mesmos equívocos: o respeito às
Instituições e às pessoas não deve ser uma bandeira política eventual ou uma
posição partidária conveniente, e sim um valor permanente em nossa democracia.
Respeito é a palavra-chave do
futuro do país, precisamos restabelecê-lo, com urgência, entre os governantes e
o povo, na Política e no diálogo republicano.
(*) Rodrigo
Rara é estudante de Direito da UFBA, blogueiro e militante do Democratas"