Trabalhadores rurais vão escolher novos dirigentes do STR de Heliópolis (foto: Jorge Sousa) |
As eleições para a direção do Sindicato
dos Trabalhadores Rurais de Heliópolis – STRH – foram determinadas pela Justiça
do Trabalho para serem realizadas em 15 de Dezembro. O primeiro passo já foi
dado com a publicação na última quinta-feira (17) do Edital de Convocação,
feito pela Comissão Diretiva Provisória. Agora, os dirigentes têm entre dos
dias 27 de outubro e 2 de novembro para formar a Comissão Eleitoral que
dirigirá o pleito. Formada a comissão, no outro dia já poderão se inscrever as
chapas concorrentes.
A previsão inicial é de que três
chapas concorrerão para dirigir o STRH nos próximos quatro anos: uma liderada
por Juarez Carlos Oliveira, outra que terá Mundinho do Tijuco como candidato e a
liderada por Edmeia Torres. Mas há quem aposte na hipótese de quatro chapas.
Isso porque Mundinho do Tijuco não é o candidato das graças do atual chefe do
Partido dos Trabalhadores, Antônio Jackson Maranduba. Mundinho seria candidato da
preferência de Zé Guerra. Falam na insistência de lançar Aderaldo Nobre,
presidente do PT. Entretanto, para
evitar uma guerra jurídica, já que ele não é trabalhador rural, estão pensando
em lançar a mãe de Aderaldo para a cabeça de chapa.
Além disso, há quem veja o
lançamento de apenas duas chapas. Nesse caso, Juarez Carlos, que no passado foi
cria de Zé Guerra, e que seria aqui o mais fraco das três chapas, cederia o
lugar de presidente por uma tesouraria. Isso não é impossível, já que a atual
Comissão Diretiva foi eleita com a união dos dois grupos rivais. No fundo,
Juarez pensa em se salvar contando com o apoio do prefeito Ildinho. Ele já é
visto sempre colado ao pé do secretário de administração. Quem foi à festa do
Dia do Professor no Waldir Pires deve ter visto a movimentação. Ocorre que,
certa vez, foi o próprio prefeito quem chegou a dizer abertamente que votaria
em qualquer um, menos em Juarez. Também não é segredo que o prefeito já mudou
de ideia várias vezes em apenas 10 meses de administração!
Queda de arrecadação
O STR de Heliópolis vem sofrendo
já há algum tempo. Primeiro foi a administração desastrosa de Juarez e agora
esta querela eleitoral. Fato é que o sindicato arrecadava cerca de 17 mil por
mês dos associados aposentados. Hoje são apenas 13 mil, e em queda. O
faturamento mensal está em torno de 20 mil reais. São 250 mil por ano. Muito
pouco para um sindicato com algo em torno de três mil associados. Ocorre que,
aptos a votar, são cerca de 1.800 sócios, apenas. Segundo Edmeia Torres, com
uma boa administração, dá para dobrar a arrecadação.
Maria do Beiju
A prova de que é possível fazer
uma boa administração está na atuação da presidente da Comissão Diretiva
anterior. Em três meses, ela administrou o sindicato com paciência de Jó e
deixou em caixa cerca de 10 mil reais. Na época de Juarez, o dinheiro nunca
dava para nada. Não havia sobras. O único dinheiro que restou foram miseráveis
2,25 (dois reais e vinte e cinco centavos). Os patrocinadores da atual
diretoria provisória, sem cerimônia, disseram aos quatro cantos: “Otária! Ainda
deixou dinheiro para a gente gastar!”. Alguém tem dúvida que Maria do Beiju não
será jamais reconhecida por isso?
O Quarteto Fantástico
A primeira providência que a nova
Comissão Diretiva, liderada por Nalva, fez foi demitir o Quarteto Fantástico do
STRH: Dra. Teresa Cristina, Marcondes Pinho, Joelma Torres e José Pereira.
Diga-se de passagem, foram demitidos sem Aviso Prévio. E a justificativa de
Nalva foi que a ordem partiu das forças políticas que apoiavam a nova diretoria,
ou seja, um outro quarteto, que não tem nada de fantástico: Antônio Jackson, Zé
Guerra, Aderaldo Nobre e Beto Fonseca. As demissões custarão ao STRH a bagatela
de 140 mil reais. Quem vai cobrir mais este rombo?
Situação financeira do STRH
As finanças do STRH não iam boas
desde a fabricação de despesas em recibos com assinaturas falsificadas,
denunciadas por ex-diretores da administração de Juarez Carlos. Só de uma
lapada foram mais de seis mil reais em recibos forjados. Há quem diga que o
José Elson Lima, que alguns se referem como O Raizeiro, é funcionário do
sindicato e recebe dois salários mínimos, repassando para um certo alguém a
metade. Já há inúmeras queixas sobre o aviamento de receitas feitas por este
suposto homeopata. Cabe uma investigação sobre o caso, bem como uma auditoria
nas contas do STRH.
Cara de roceiro
Não está sendo feliz o Antônio
Jackson na sua determinação de “tomar” o STRH para o PT. Ele chegou a dizer
para uma dirigente que “precisamos tirar do sindicato a cara do roceiro”. Ele
quis dizer que era hora de botar uma cara jovem, numa clara indicação do nome
de Aderaldo Nobre. Mas o problema é que o sindicato é dos roceiros. Antônio
Jackson precisa se preocupar em resolver os problemas causados pelo transporte
escolar da empresa Minha Região, em Heliópolis, e deixar o sindicato para os
seus verdadeiros trabalhadores rurais, que são, de fato, roceiros.
Obra no Tijuco
Se Mundinho do Tijuco vencer as
eleições e administrar o STRH da mesma maneira que ele refez o calçamento da BA
393 no Tijuco, vai afundar a entidade. Está muito pior que antes!
Procura-se o prefeito
Dou um chocolate a quem encontrar
o prefeito Ildefonso Andrade Fonseca na Prefeitura Municipal de Heliópolis. E
há várias justificativas, umas verdadeiras outras nem tanto. Virose, viagem a
Salvador, indisposição etc, etc, etc. Dizem que o lugar mais fácil de encontrá-lo
é num banco. Mas, nesse caso, não tem chocolate.
Não quer Edmeia
Beto Fonseca procurou Zezinho,
que compõe a chapa com Edmeia, para negociar uma chapa alternativa. Disse que
não apoiava a esposa de Joaquim Torres, mas, se ele quisesse, seria o candidato
de consenso. Bastava tirá-la da chapa. Muito correto, Zezinho agradeceu a
oferta. Beto Fonseca disse mais: jurou que Ildinho não estava interferindo na
eleição do STR de Heliópolis. Beto Fonseca disse a verdade. Ildinho não está
interferindo em nada! Nem mesmo na Prefeitura!