A 1ª Presidenta da história foi cumprimentar o 1º Presidente negro do STF |
Em seu discurso de posse, o
presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, afirmou que se
existe um "grande deficit de Justiça" no Brasil. Para ele, o que se
vê, "aqui e acolá, é o tratamento privilegiado e a preferência desprovida
de qualquer fundamentação racional".
"Preciso ter a honestidade
intelectual de dizer que há um grande deficit de Justiça entre nós. Nem todos
os brasileiros são tratados com igual consideração quando buscam o serviço
público de Justiça", disse Barbosa. "O que se vê, aqui e acolá, não
sempre é claro, mas às vezes sim, é o tratamento privilegiado, preferência
desprovida de qualquer fundamentação racional."
Barbosa defendeu um Judiciário
"sem firulas e sem floreios". "O que buscamos é judiciário
célere, efetivo e justo. De nada vale o sofisticado sistema de informação, se a
Justiça falha", afirmou.
Barbosa acompanhado do vice, de familiares e artistas. |
"Necessitamos tornar o
efetivo o principio constitucional da razoável duração do processo que, se não
observada estritamente e em todos os quadrantes do Judiciário nacional,
suscitará em breve um espantalho capaz de afugentar os investimentos que tanto necessita
a economia nacional".
Em seu discurso, porém, o novo
presidente do STF afirmou que o Brasil viveu uma importante evolução nas
últimas décadas e que hoje faz parte do "seleto clube de nações
respeitadas", com instituições políticas que podem "sem sombra de
dúvidas, servir de modelo para diversos Estados cujas institucionalidades estão
em vias de construção".
Segundo ele, nesta realidade, o
juiz deve sim levar em conta o que pensa a sociedade, sem, no entanto, aderir a
ela cegamente. "Pertence ao passado a figura do juiz que se mantém distante
indiferente e alheio aos valores fundamentais e anseios da sociedade no qual
ele está inserido", disse.
Também disse que o magistrado,
no exercício de sua função, "deve sim sopesar e ter na devida conta os
valores mais caros da sociedade", pois é "um produto de seu meio e de
seu tempo". O presidente do Supremo criticou ainda a influência política
em promoções de juízes, argumentando que todos devem ser independentes. Ao
final, se limitou a agradecer familiares e amigos que vieram do exterior.
Informações da Folha de São
Paulo.