DANIEL RONCAGLIA – da Folha de
São Paulo
Vanda Maria mostra impressão do registro da candidatura (Foto:Simon Plestenjak/Folhapress) |
Logo após a divulgação dos
resultados eleitorais, Leonardo, filho da advogada Vanda Maria da Silva Duo,
51, enviou uma mensagem brincando com a mãe: "Você ainda teve dois votos.
Ficou entre os dez menos votados". Vanda só havia descoberto que disputava
uma vaga para a Câmara Municipal de São Paulo dias antes. "Joguei meu nome
na internet e apareceu que era candidata. Fiquei chocada", afirma. Em
2008, ela disputou a eleição pelo PTN. Teve 761 votos e decidiu que não seria
mais candidata. "Me arrependi amargamente", conta a advogada, que não
revela em quem votou. Vanda diz que desde então não mais teve contato com os
membros do partido. Nos últimos dias, ela tem tentado provar que o partido usou
documentos da eleição passada para registrar sua candidatura. Já fez um boletim
de ocorrência e vai procurar o Ministério Público para que investigue o caso. "É
coisa séria. Tenho que fazer a prestação de contas e encerrar o CNPJ",
afirma Vanda, que promete entrar com uma ação contra o PTN. A advogada afirma
que está se sentindo "humilhada" por aparecer na lista do votados na
penúltima colocação. "Tenho dois filhos, pai e mãe. Pelo menos, cinco
votos conseguiria", afirma. O PTN diz que houve um "desencontro de
informações" e nega que a inscrição tenha sido feita para cumprir a cota
de 30% de mulheres. Dos 106 candidatos da coligação PTN-PT do B, 29 eram
mulheres. Ninguém se elegeu.