Landisvalth Lima
Cícero Dantas - Bahia |
Primeiro, eu não tenho que pedir
desculpas a ninguém. O que disse no artigo sobre a impugnação da candidatura de
Zelito Ribeiro, reafirmo com todas as letras. Num país sério, Zelito e vários
outros ex-prefeitos da nossa região não deveriam se candidatar nem a inspetor
de quarteirão. E quem está pensando que eu estou tomando partido é porque não
leu as postagens que fiz sobre a administração de Weldon em Cícero Dantas. Eu
não sou Gavião, Bem-te-vi, Pardal, Jacu, Galinha, Pulga, Cachorro ou nenhum
outro ser denominador desta política provinciana e medieval. Sou um defensor
destes seres em convívio harmonioso com o ser humano, mas não como plataforma
linguística de nenhum grupo político.
E desta vez vou defender o dr. Antônio
Fernando. Na decisão sobre Zelito ele foi corretíssimo. Se o TRE julgou o
candidato do PDT pelo viés da Lei da Ficha Limpa, errou feio! O histórico político
de Zelito Ribeiro ofende a qualquer lei que obrigue civilidade ao serviço
público. A candidatura dele e de vários ex-prefeitos são xingamentos contra o
estado democrático de direito. Num país sério, bastam indícios de desvios de
recursos para que o elemento seja afastado de qualquer processo eleitoral.
Aqui, na nossa Bahia de meu Deus, o TRE está liberando candidatos com contas
rejeitadas, com comprovação de desvios de recursos, sempre encontrando uma
brechinha nas leis para justificar as decisões. Como vamos acabar com a
corrupção assim?
E não me venha o lado adversário
pensar que eu estou tomando partido. Cícero Dantas tem sérios problemas com
seus políticos. Para ser mais exato, são raros os que merecem o voto que
recebem. Vejam o caso de Weldon. O que fez em oito anos de governo? Transformou
uma sociedade? Melhorou a educação? Criou novas perspectivas de
desenvolvimento? Nada disso! Ficou, como muitos, em busca de recursos federais
e estaduais para calçar uma rua ou outra e usar os recursos municipais para os
mesmos vícios de sempre: empreguismo, desvios, favorecimento e outros tantos
males do serviço público. É só olhar a relação de contratações feitas neste ano
de eleição para comprovar o que digo. Agora vá vê se houve melhora no serviço
público! Tudo isso por um simples detalhe: em Cícero Dantas, e em todos os
municípios de nossa comarca, política é um negócio, um meio de vida.
Vejamos o caso da minha ex-colega
de partido, a deputada Fátima Nunes. Qual a utilidade de seu mandato para
Cícero Dantas? Qual a justificativa que ela tem para dizer ao povo de ter
sacrificado a candidatura de Gilmar, do seu partido e vice-prefeito? Só pode
ser para manter o seu mandato como deputada. Foi a única utilidade. Não quero
dizer aqui que Gilmar seria um bom prefeito, até porque não se pode dar uma de
futurista cartomântico, mas era o único que não tinha o perfil, o ranço de dois
grupos políticos que afundam Cícero Dantas há décadas em disputas que jamais
colocarão o progresso e o desenvolvimento da cidade como matérias primas básicas.
O leitor afirma que o meu
artigo deixou várias pessoas transtornadas. E esta política ordinária e
medieval, caro leitor, transtorna Cícero Dantas? Esta cidade já revelou ilustres
figuras para o cenário baiano. Tem um povo altamente inteligente, trabalhador e
com grandes perspectivas de crescimento. Quando é que este povo vai acordar
para o futuro? Até quando vai durar esta política de troca de favores, de compra
de votos, de adoração a falsos líderes e de fanatismo a grupos que lembram
torcidas organizadas de times de futebol?
Quem tem que pedir desculpas ao
povo de Cícero Dantas é Zelito Ribeiro, Fátima Nunes, Weldon, Fernando Andrade
e tantos outros políticos que receberam mandatos do povo e não fizeram as
transformações necessárias para que a cidade de Cícero Dantas alcançasse o
lugar de seu. As migalhas que andam pregando por aí como obras de seus mandatos
não são sequer paliativos para o câncer que nos devora: a ignorância,
alimentada pela servidão e pelo mandonismo. Pior é saber que estamos jogando
fora mais um ano eleitoral na lata do lixo. Sim, porque acredito na democracia
como o melhor caminho para evoluirmos, mas, diante das candidaturas postas,
acredito que a caminhada será por vias íngremes e tortuosas.