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Ádria, o último adeus!

João Durval recua e CPI caiu

Senador João Durval (PDT) retirou assinatura

O senador João Durval Carneiro (PDT-BA) recuou e retirou a sua assinatura, na noite desta terça-feira (2), do requerimento de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os indícios de corrupção no governo federal. O baiano seguiu a orientação do Palácio do Planalto de tentar evitar o desgaste político no Congresso quanto à crise instalada, após os escândalos nos ministérios dos Transportes, Cidades e Agricultura. Na retomada dos trabalhos, após o recesso legislativo, os senadores de oposição conseguiram reunir as 27 assinaturas necessárias para instalar uma CPI que tinha como foco principal desvendar os detalhes dos esquemas de propina no Dnit. Agora, sem a rubrica de Durval, sobram 26 assinaturas, número insuficiente para que as investigações sejam iniciadas.
Senadora Lídice da Mata (PSB) falou em constrangimento
A senadora Lídice da Mata (PSB) defendeu seu colega de bancada João Durval (PDT), que retirou a assinatura da CPI da Corrupção no Senado, para evitar que a comissão seja instalada. Em entrevista ao programa Acorda Pra Vida, da Rede Tudo FM 102,5, a socialista avaliou que o objetivo da oposição ao articular a CPI é “criar constrangimentos ao governo, um instrumento de paralisação do governo". A parlamentar endossa o argumento de líderes governistas de que a postura da presidente Dilma Rousseff, de afastar todos os acusados de envolvimento no esquema de corrupção no Ministério dos Transportes, demonstra a determinação do Planalto em combater a prática criminosa. “Quando há denúncias de corrupção e corta na sua própria carne, prova que é um governo que está enfrentando de forma correta”, frisou
Jutahy Jr. (PSDB) falou em traição de Durval
A atitude do senador João Durval (PDT) de retirar a assinatura do requerimento que pede a instalação da CPI da Corrupção no Senado, nesta terça-feira (2), enfureceu a bancada de oposição em todo o Congresso, já que sem sua adesão o pedido não atinge o número mínimo exigido para a instalação da comissão. Em contato com o Bahia Notícias, o deputado federal Jutahy Jr. (PSDB) explica que o recuo do pedetista colocou os signatários da CPI em situação delicada, já que como Durval removeu sua rubrica no momento em que o pedido foi protocolado, a Mesa Diretora do Senado concede apenas 24 horas para que os autores do requerimento substituam os apoios perdidos. “Ele fez da pior forma. A atitude dele é uma traição a todos que confiaram na sua palavra”, reclamou. O tucano acrescenta ainda que, ao retirar a assinatura, Durval ajudou o Planalto a “pressionar” os governistas que endossaram o pedido de apuração. “O requerimento só é apresentado à Mesa quando há quantidade mínima de assinaturas. Quando você torna público quem já assinou, você facilita o governo a pressionar. É uma vergonha para a Bahia”, conclui.
 O senador João Durval Carneiro recuou de endossar a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que pretende apurar as denúncias de corrupção no governo porque as investigações “paralisariam o Congresso Nacional”. A informação foi confirmada ao Bahia Notícias pela assessoria de imprensa do pedetista, que justificou que ele foi “convencido pelas lideranças do partido e do governo”, uma vez que pertence à base governista. O entendimento de Durval é o de que, como a presidente da República, Dilma Rousseff, já teria adotado as medidas necessárias para banir as irregularidades da sua gestão, os trabalhos legislativos não poderiam ser prejudicados. De acordo com as últimas notícias, os escândalos teriam acontecido no, sobretudo, nos ministérios dos Transportes, administrado pelo baiano Paulo Sérgio Passos (PR), das Cidades, gerido pelo deputado do PP-BA Mário Negromonte, e da Agricultura, comandado por Wagner Rossi (PMDB-SP). Segundo a comunicação do senador, “não houve má fé” na remoção da sua assinatura, que impediu a formação da CPI da Corrupção.
Reportagens de Evilásio Júnior e Rafael Rodrigues do Bahia Notícias. Fotos: Max Haack/BN.