Em vida, Irmã Dulce chegou a ser execrada por sua santa teimosia na defesa dos desfavorecidos. Certa vez, um feirante cuspiu-lhe na mão esquerda que, estendida, pedia doação de alimentos. “Está bem, isso aqui é meu”, disse ela enquanto recolhia a mão ao bolso. Na sequência estendeu a direita: “Agora, dê aqui aos meus carentes.” Já elevada à condição de Bem-Aventurada Dulce dos Pobres pelo papa Bento XVI, a religiosa baiana torna-se agora publicamente beata neste domingo 22 em cerimônia em Salvador – o decreto de beatificação foi assinado em dezembro pelo Vaticano e significa o derradeiro passo rumo à canonização. Desde a sua morte em 1992, cerca de cinco mil cartas relataram graças que teriam sido alcançadas por meio de sua intervenção, e a Igreja reconheceu milagre em uma delas. Após o ato de beatificação do Vaticano, no final do ano passado, um novo milagre deve ser admitido. Se isso acontecer, Irmã Dulce se tornará a primeira brasileira a ser santificada.
Por Antonio Carlos Prado e Juliana Dal Piva – Portal ISTOÉ.
