O deputado federal Edson Pimenta explicou ao Bahia Notícias o que motivou a sua saída, considerada como “uma surpresa” pelo presidente regional, seu colega de Congresso Daniel Almeida. “Tratei do assunto com a direção nacional, com o presidente Renato Rabelo. Coloquei as minhas insatisfações e a falta de apoio do diretório estadual”, afirmou. O parlamentar fez acusações de que estava sendo preterido na legenda e que teve redutos eleitorais “tomados de sua mão” por correligionários. “Tive 4,7 mil votos em Seabra. Estranhamente, o diretório que sempre foi vinculado a mim foi tomado de minha mão e passado para o grupo do Daniel Almeida. Diversos diretórios criados e articulados por mim acabaram, por pura pressão, apoiando outros candidatos”, atacou. Pimenta indicou que seus redutos eram cortejados com emendas parlamentares da bancada federal , na época, representada por Daniel e Alice Portugal. “É só acessar as contas da última eleição para ver quanto de repasse o deputado [Daniel Almeida] teve e quanto eu tive [repasses da legenda]. Um partido que se diz socialista deveria ter um tratamento mais igual”.
Já sobre seu ingresso no PSD, Pimenta considerou a mudança como estratégica e afirmou que não há incoerência em trocar os comunistas pela liderança do ex-democrata Gilberto Kassab. “Eu estou amparado na legislação, que só permite que o parlamentar participe de uma agremiação nova. Minha ida é exatamente nesse sentido. Estou na expectativa de um alinhamento ideológico com o PSB”, explicou. O parlamentar ainda levantou a hipótese de migrar para outra legenda caso sua nova casa fique menos à esquerda do que espera. “Caso isso não ocorra [alinhamento ou possível fusão com o PSB], eu vou analisar, porque, havendo mudança na concepção do partido, eu veria a possibilidade de uma ida para o PSB. Estou conversando”, antecipou Pimenta. O deputado afirmou que não necessariamente seguirá a cartilha básica da agremiação. “Eu, por exemplo, sou contra o voto distrital. Coloquei alguns pontos de que o partido vai ter que dialogar. Estou animado com o debate”, contou. Questionado se a mudança não seria rejeitada por sua base eleitoral, majoritariamente de movimentos sociais do meio rural, o futuro ex-comunista afirmou: “Não pude fazer um debate ainda porque eu tive que acelerar esse processo de adesão. Está sendo normal. A minha base conhece as dificuldades que eu vinha passando no PCdoB. Preciso crescer politicamente e vejo no novo partido esse espaço", explicou.
(Fonte: Bahia Notícias – com reportagem de Felipe Campos)