Eles venceram e o sinal está fechado para a esperança

Eles venceram, é fato! Não adianta reclamar. Valeu tudo! Compra de votos, violência, mentira. Não adianta aqui reclamar pelos atropelados, pelos que serão aposentados, pelos que terão empréstimo fácil no BNB, pelos que receberão seu milheiro de tijolo, seu saco de cimento, seu mil reais, pelos que, agora, terão certeza que não terão sua aposentadoria cortada! Eles venceram, é fato. Não adianta aqui reclamar do vencedor ou do comportamento animalesco do futuro vice, embora o “boi” é que tenha perdido o pleito. Não adianta aqui falar das ameaças do tipo: “se encontrar, Cicinho, um carro preto com a cabrunca da Ana Dalva, passe por cima!”. Ou: “Se o prefeito passar por aqui, bote pra arrebentar!”. Não adianta mais falar a legião do mal. As boas maneiras não cabem num processo eleitoral em Heliópolis. A linguagem beira uma guerra insana e cruel: matar, morrer, arrebentar, cabrunco, desgraça, peste, arregaçar, zuadar, etc. Mas eles venceram! O povo optou pela animalização do processo! E o povo é soberano. É o primeiro a escolher e o último a colher, se os frutos forem produzidos. Caso contrário, é o primeiro a sofrer.
Não se trata apenas do processo em Heliópolis, mas aqui dói mais porque é onde eu vivo. Não se trata aqui de acusar o candidato eleito de nada. Mas os seus seguidores de campanha estavam preparados para uma guerra. Não queriam ganhar de Zé do Sertão. Parece que queriam matá-lo. Ao findar o resultado, pegavam cartazes e pisoteavam como se tivessem a maltratar o próprio prefeito. Eles venceram, sim! Mas de onde vem tanto ódio? Que fez Zé do Sertão de tão grave a ponto de um opositor jurar matá-lo? Seria o carisma de Valtinho do BNB? Claro que não! Mas que é, afinal? Que leva um homem a expulsar sua mulher de casa ou esconder os documentos dela só por saber que é eleitora do prefeito? Não pode ser apenas paixão por política. Há muitas coisas que precisam ser reveladas. Mas eles venceram!
Mas alguma coisa na linha do horizonte me diz que quem planta milho deve colher milho. Não há esperança ainda. O sinal está fechado para nós porque há muitos que estão cegos.

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