Compra-se um canalha!

Extra! Extra!
Liquidação Total!
Bota-fora de políticos canalhas! Quem quer comprar?
Estamos numa feira nacional de compra e venda de calhordas, canalhas, imbecis, mentirosos, políticomaníacos depressivos, cabeças-de-vento, senhores de miolos decadentes, locupletadores de consciência, cleptomaníacos, corruptos, etc.
Não. O problema não é só a compra de votos de eleitores. Essa existe é só terminará quando os eleitores passarem a confiar na classe política. E a confiança da classe política passa pelo dar-se ao respeito, pelo tomar vergonha na cara. É preciso uma campanha nacional dos TRE´s para dizer ao eleitor não votar em canalhas. Sim! Canalha. Fazer um compromisso político, assinar um aceite num contrato de coligação e, no meio da peleja, passar para o outro lado é falta de caráter. Fazer isso por dinheiro, então, é canalhice. É ser um calhorda!
Pois é fato que isso ocorreu na semana passada em Heliópolis. O candidato a vereador Marcelo Evangelista, da coligação A vontade do povo, liderada pelo prefeito Zé do Sertão, anunciou sua adesão ao candidato do PC do B. Não se sabe se rolou grana efetivamente. Fala-se de 3 mil reais e uma motocicleta, o que não é possível provar ainda. Marcelo subiu ao palanque da coligação Heliópolis de Todos Nós e disse cobras e lagartos. Enquanto isso, na rua Régis Pacheco, na praça do forró, diante de aproximadamente 5 mil pessoas, quantidade quase dobrada ao público dos oponentes, muitos dos seus fiéis apoiadores, sem jamais imaginar abandonar o barco, reafirmavam o apoio aos candidatos da coligação. Marcelo foi o samba de uma nota só. Benditos sejam os eleitores dignos porque deles será o reino da democracia! No mesmo dia, soube-se de um outro candidato: Manoel Rodrigues, que disputa a vereança pela segunda vez, representando a região do povoado Tijuco. Ainda não subiu no palanque dos pardais de Heliópolis, mas já devolveu toda sua estrutura de campanha. Nos bastidores falam de soma em torno de 15 mil reais. Um terceiro está na ponta da agulha há muito tempo: O presidente da Câmara Municipal, sr. José Dantas de Santana, do povoado Farmácia, conhecido pelo alcunha de Gaminha. Este era do outro lado. Fala-se, debaixo dos panos, que mudou de ideologia por 200 mil, em suaves prestações. Agora parece que já mudou novamente, mas sem indicativo de valores. Dizem até que, neste caso, está colaborando com o outro lado. Chegou até a ofertar uma novilha como contribuição de campanha.
Fato é que Marcelo e Gaminha vão sem dar prejuízo à campanha de Zé do Sertão. Um não levou nada e o outro nunca trouxe votos eleitorais para o prefeito, mas também não levará nada. Há, entretanto, segundo minha visão, um pequeno abalo provocado pelo cisma do Manoel Rodrigues porque em sua região não há um candidato da coligação para a redistribuição dos votos. Tito do Tijuco, fiel seguidor do grupo denominado Bem-te-vi, será a carta da coligação A vontade do Povo para sanar o problema.
De toda esta negociata restou uma coisa boa: os eleitores não aceitam este pula-pula movido a dinheiro sujo. Mudar de palanque durante o processo de negociação de coligações, ou buscando melhores posições na disputa eleitoral, é praxe. Fazer isso depois de estabelecidos os parâmetros da peleja é canalhice de primeira. A política de Heliópolis, e de todo o país, tem de evoluir para a busca das melhores propostas em prol da evolução de uma sociedade. Não podemos aceitar o que está acontecendo. Isso não pode se transformar numa coisa corriqueira ou natural. Temos que deixar os marcelos, gaminhas e manoéis expostos nas feiras de negociações. Ao sol e ao frio. Sem refrigeração. Como nabos, cenouras, carne de terceira. Até que apodreçam a ponto de a fedentina espantar a todos. Aí talvez eles pensem na canalhice que fizeram, se o fizeram realmente, e torçam para que alguém, de bom coração, joguem-nos na lata do lixo. Torço eu, por fim, que, lá no lixão, não contaminem os catadores que disputam a vida na fedentina. Porque poderemos assistir ao ciclo vicioso se repetir. Palavra da salvação!!!