Prof.
Eraldo Neves
Eraldo Neves |
Que a educação em Heliópolis enfrenta
sérios problemas ao longo da história desse município é um fato
inconteste. Cada gestão que por aqui
passou deixou uma lacuna significativa na oferta de uma educação de qualidade
para nossa juventude. Umas mais outras menos contribuíram para o quadro “cinzento”
do nosso combalido sistema de ensino. A realidade educacional de Heliópolis,
assim como de boa parte dos Estados e Munícipios brasileiros, é de causar ânsia
de morte no mais otimista Educador. Os fatores são velhos conhecidos: Baixos
salários, condições precárias de trabalho, má formação profissional, vícios do
serviço público, corporativismo, empreguismo, dentre outros. Esses fatores associados
aos graves problemas sociais e, sobretudo, ao mais terrível câncer do Brasil, a
corrupção, provoca uma realidade desoladora da educação brasileira e,
consequentemente, de Heliópolis.
Entretanto, nem tudo está perdido e algumas
ações ajudam a manter viva a esperança de que algum dia as coisas podem ser
melhores no setor educacional de Heliópolis. Cito abaixo, como exemplo, algumas
ações da atual administração do município que ajudaram a minimizar os graves
problemas enfrentados nessa importante área.
O
primeiro fator que merece destaque foi à
realização com lisura, no ano de 2014, de concurso público para provimento de
cargos em todas as áreas do serviço público municipal. Tal iniciativa
contribuiu significativamente para a inserção de um quadro profissional
qualificado tanto na esfera educacional como nas mais diversas áreas. O
prefeito cumpriu uma prerrogativa constitucional que há muito tempo vinha sendo
desrespeitada no município. Mesmo com a assinatura
de termo de ajuste de conduta no Ministério Público, o gestor anterior teimava
em desrespeitar à lei, não realizando o certame.
Outro
fator a merecer elogios sinceros é o
cumprimento rigoroso de pagamento do piso salarial dos professores. Como se
sabe, embora seja uma lei criada há sete anos, fruto de anos de luta da classe,
gestores estaduais e municipais teimam em desrespeitá-la. Todos os anos
assiste-se a uma série de manifestações e greves no Brasil para que os
educadores tenham esse direito respeitado. No caso de Heliópolis, a gestão
atual toma a iniciativa de encaminhar o projeto à Câmara, respeitando
rigorosamente o reajuste definido. Essa medida evita à necessidade de desgaste
dos nossos abnegados professores com lutas e greves.
Merece
destaque também a implementação do Projeto
que instituiu Ações e metas trianuais para a Educação do Município no período
de 2014-2016 (lei mun. 04/2014). O PAMEH (Plano de Ações e Metas da
Educação de Heliópolis) visa definir, em cooperação com os profissionais da
educação, padrões básicos de atendimento da educação infantil ao 9º ano do fundamental
II. As bases do programa passam pela
criação do Currículo Único, Avaliação Bimestral Simultânea e outras
intervenções, com o objetivo de dar um novo rumo à combalida educação do
município. O projeto também apresenta ações concretas de melhoria da estrutura
das escolas e da implantação gradual do chamado Turno Único, ou Escolas em
Tempo Integral, isso num espaço temporal que vai até 2016.
Outro
fator a ser salientado é a qualidade da
merenda ofertada na rede Municipal de ensino. O cardápio nutritivo e
variado (sopa, cuscuz, salada de frutas, arroz...) oferecido bem como a
preparação deste é acompanhado rigorosamente por uma competente nutricionista, aprovada
no último concurso do munícipio. Num país onde muitas crianças têm a merenda
escolar como sua principal refeição, não medir esforços para melhorar cada vez
mais esse item do sistema educacional é o mínimo que se pode esperar de um
administrador e ser humano comprometido minimamente com o social.
A oferta de fardamento Escolar a todos os
alunos, professores e demais profissionais da educação é outro aspecto que
deve ser realçado. Em Heliópolis, a distribuição desse artigo do sistema
educacional é uma realidade que não se pode negar.
Outro
aspecto que merece destaque na educação de Heliópolis atualmente é o respeito rigoroso ao que é preconizado pela
LDB (Lei de diretrizes e bases da Educação) acerca da carga horária docente. Um terço da carga horária é
destinada a preparação de aula, elaboração e correção de provas e demais
atividades extraclasse. Neste sentido grande parte dos professores da rede
municipal de educação de Heliópolis passa 16 horas semanais em sala de aula e, aqueles
que, por necessidade de adequação de horários, ultrapassa essa carga horária,
recebe hora extra. A carga horária básica em Heliópolis é de 25 horas/aulas.
A implantação de laboratórios de informática nas escolas do município é outra ação merecedora de reconhecimento. Estamos num
começo de um século que é o século do conhecimento onde nenhuma civilização
será prospera se ficar à margem do mundo digital.
Outro aspecto a ser destacado no sistema
educacional de Heliópolis atualmente é a formação
continuada de professores por área de
atuação, uma iniciativa que contribui de maneira decisiva para o aperfeiçoamento
dos docentes e, consequentemente, tem reflexos positivos nas aulas ministradas
para a classe estudantil desta municipalidade.
Prova maior da veracidade dos avanços que
aqui escrevo pode ser observada a partir da relação ordeira entre a Gestão e o
SINDHELI (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais). Acredito que essa
postura seja um reconhecimento da classe ao esforço feito pelo gestor em
atender demandas históricas. Sejam aquelas que se perpetuavam em intermináveis
processos judiciais e o prefeito preferiu o caminho do acordo, seja pela não
perseguição a adversários políticos tão costumeiras em terras heliopolenses ou pelo
diálogo respeitoso mantido com os servidores.
Some-se as ações acima citadas à
construção de duas quadras poliesportivas ( comunidades de Cajazeiras e Serra
dos Correias), finalização e funcionamento da creche modelo pro-infância,
aquisição de máquina de Xerox altamente potente e mobiliário para a Secretaria de
Educação e escolas municipais, reforma
das Escolas, aquisição de transporte escolar, adesão a diversos programas
nacionais e estaduais (Mais Educação, Programa de Alfabetização na Idade Certa
(PNAIC), PBE, PBA, Formação para Escola, PDDE, PDDE INTERATIVO, PDDE CAMPO,
ESCOLAS SUSTENTÁVEIS, ACCESSÍVEIS, etc. Não se pode deixar de destacar também
que muitas crianças não precisam “meter o pé na lama” para ir à escola porque
as ruas onde moram estão devidamente pavimentadas ou em fase final de
pavimentação (a prefeitura municipal
pavimentou ou está pavimentando cerca de uma dúzia de ruas da cidade de
Heliópolis).
A educação de Heliópolis hoje enfrenta
problemas? Óbvio! Se eu fosse escrever sobre eles, acredito que 10x10 artigos
desses não fosse suficiente para expressá-los, tamanha é a carência e a necessidade
da rede municipal de educação. Porém, negar que em dois anos e meio da gestão
de Ildefonso Fonseca (ILDINHO) não tivemos uma significativa melhora é sofrer
de miopia política ou cegueira de bom senso mesmo.
É preciso urgentemente compreender que a tarefa de reconstruir a educação do Município é muito maior que a vaidade de um gestor para perseguir adversário ou a besteira deste ou daquele servidor que não quer colaborar e fica na torcida do quanto pior melhor, sonhando em um dia ocupar momentaneamente um cargo na administração pública municipal. A educação de nossas crianças é muito mais importante que o egoísmo nocivo da vida pessoal e dramaticamente ruim da vida coletiva. Quem ensina isso é a História.