Antonio Torres - de Sátiro Dias |
O romancista baiano Antônio
Torres, 73, foi eleito na tarde desta quinta-feira (7) como o novo ocupante da
cadeira nº 23 da Academia Brasileira de Letras. Na votação, o escritor recebeu
34 dos 36 votos registrados. Vinte acadêmicos compareceram à eleição e outros
16 encaminharam suas escolhas por cartas. Houve três abstenções. Torres assume
a vaga deixada pelo jornalista e musicólogo Luiz Paulo Horta, que morreu em 3
de agosto passado. Vai herdar a cadeira que pertenceu a Machado de Assis,
primeiro presidente da ABL, cujo patrono é José de Alencar. "É uma
responsabilidade", disse Torres à Folha, ao falar sobre a indicação para o
lugar já ocupado por Machado de Assis. "Foi uma eleição tão bonita.
Transcorreu em um clima tão amigo, cordial. Estou muito feliz. Fizeram uma
velha criança sorrir", acrescentou o escritor. Disputando pela terceira
vez uma vaga na ABL, o novo integrante disse ter ficado surpreso com a votação
expressiva recebida.
Um dos romances do autor |
Nascido no município de Sátiro
Dias, no interior da Bahia, Torres começou a carreira como repórter do Jornal
da Bahia, em Salvador. Aos 20 anos, mudou para São Paulo, onde trabalhou no
diário Última Hora. Escreveu seu primeiro romance, "Um Cão Uivando Para a
Lua", aos 32 anos. Depois, publicou "Os homens dos pés redondos"
(1973) e "Essa Terra" (1976). Sua obra inclui 11 romances, entre os
quais o belíssimo Meu Querido Canibal, um livro de contos, o infantil
"Minu, o gato azul" (2007), e outro, "Sobre pessoas"
(2007), que reúne crônicas, perfis e memórias. Em 2000, Torres já havia sido
lembrado pela Academia Brasileira de Letras que o condecorou com o Prêmio
Machado de Assis pelo conjunto de sua obra.