Câmara de Heliópolis entrega 13 Títulos de Cidadania
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Alguns dos agraciados com títulos honorários de cidadania do município de Heliópolis. (Foto: Leandro) |
A Câmara Municipal de Heliópolis fez ontem uma Sessão Solene
para entrega de Títulos de Cidadão/Cidadã a várias personalidades do município
de Heliópolis. O evento começou por voltas das 19 horas da segunda-feira (26). Antes, foi realizada a
Sessão Ordinária, sem projetos, sem discussões, apenas para seguir o
regulamento. A sessão foi presidida pelo vereador Doriedson Oliveira e contou
com a presença dos ex-prefeitos Ildefonso Andrade Fonseca, Aroaldo Barbosa e
Genival Nunes, além do prefeito José Mendonça, da vice-prefeita Josefa Naudija
e de várias outras autoridades. Foram homenageados na noite dois vereadores: o
presidente da Câmara, Doriedson, e a vereadora Maria da Conceição. Dos demais
agraciados, três não puderam comparecer: José Gama Neves, ex vice-prefeito de
Heliópolis e que atua como secretário em Camaçari-Ba, o sr. José Menezes,
esposo da professora Mariele, e o padre João Bosco Maranduba, estes últimos por
questões de saúde. O título do padre já foi entregue e ele foi representado na
solenidade pelo psicólogo Naiando Gama. Os outros dois receberão seus títulos
em data a ser marcada.
Os agraciados foram:
1 - Indicação coletiva: Anete Sens - Irmã Nete, Padre João
Bosco, vereador Doriedson Oliveira, vereadora Maria da Conceição e o jornalista
Jorge Souza.
2 – Indicação do vereador Iggor Leonardo: Tenente Pedro
Leal, Professora Valderez e Zé do Sertão.
3 – Indicação do vereador Doriedson: Antônio de Nezinho e
Antônio Jackson.
4 – Indicação do vereador Claudivan: Landisvalth Lima
5 – Indicação da vereadora Ana Dalva: Lenilton Melo, da
Thais Móveis – José Alves dos Santos, João Domingos, Gama Neves e José Menezes.
A solenidade foi muito concorrida
e organizada, mas o ex-prefeito, ex-deputado, ex-secretário e ex-líder político
Zé do Sertão não concordou com as regras estabelecidas pela mesa de falar
apenas 5 minutos. Apesar das constantes chamadas de atenção do presidente para
a conclusão do discurso, o homenageado ultrapassou bem os 20 minutos. Já a fala
do articulador deste blogue, professor Landisvalth Lima, será aqui reproduzida.
“Um título é um pedaço de
papel bonito que penduramos na parede de nossa casa. Como tudo que é
representativo, ele nos diz muito. Diz sobre o homenageado e quem homenageou. O
significado da representação é o seu maior legado. Imaginem os senhores
Napoleão recebendo o título de Democrata, ou Hitler sendo agraciado com a
Medalha de Salvador dos Judeus, ou mesmo o Diabo recebendo de Cidadão do
Paraíso? Seria engraçado, trágico, cômico e revelaria muito mais medo das
vítimas ou hipocrisia dos homenageados. Os tiranos maus e os maus tiranos
adoram ser paparicados.
Na vida, o reconhecimento ao
outro, aos que praticam o bem coletivo, nem sempre pode ser materializado num
pedaço de papel bonito. A formalidade nem sempre é possível, pelos mais
diversos e inumeráveis motivos. Quando a vereadora Maria da Conceição me
ofereceu sugerir este título, recusei. Não foi soberba, vereadora. É que soaria
como coisa de amigo, de aliado. Mesmo assim, guardo com carinho a sua oferenda,
que jamais será esquecida. Numa tarde, nas dependências do Colégio Estadual
José Dantas de Souza, o vereador Claudivan Alves me ofereceu a honraria que
hoje recebo. Aceitei relutante, depois de alguns dias. Estamos em lados
políticos opostos dentro deste universo chamado Heliópolis, mas nos respeitamos
mutuamente e sabemos da importância do trabalho realizado por cada um. Aceitei,
mas com exigências. Como? Que sujeito é esse que faz exigências para receber um
título de cidadão? É que há tantos outros que merecem tão ou mais que eu.
Alguns estão aqui nesta noite recebendo o papel bonito para pendurar na parede.
A Sua Excelência, o vereador Claudivan, minha sincera deferência, estendida aos
colegas da casa, que referendaram sua proposta. Muito obrigado a todos!
E já que este Título não foi
forçado, ou produto de paparicação, quero dividi-lo com pessoas que estiveram
comigo nesta jornada, desde que por aqui cheguei em 1985. Ao Luiz da Ematerba,
que coordenou os primeiros São Pedro de Heliópolis; a Valadares, que junto
comigo e Gama Neves ajudou a organizar o início da administração pública por
aqui. Também não posso esquecer Uilson de Catarino, o Negão, que ornamentou por
vários anos o nosso palco do São Pedro. Quem tem a minha idade se lembra do
finado Dode, filho de Dé do Poço, que criou a primeira banda musical de
Heliópolis. Não posso jamais esquecer Alaelson do Acordeon, nosso sanfoneiro
maior; José Carlos e o Trio Lembrança, que animou vários forrós por aqui. Ainda
há tempo de lembrar da enfermeira Mundinha, que trouxe à luz a minha filha
Pétala; professor José Milton, Beto Moura, professor Alcimar, pastor Dudy,
Sonia e outros que são pioneiros do teatro na cidade. Como esquecer o Padre
José Cabral Falcão, o professor Valteno, o ex vice-prefeito Clovis de Dulce, as
professoras Neide, Bernadete, Mariele, Magnólia, Valderez, Eunira... São tantas
as pessoas que parece não ter fim esta lista.
Mas é preciso lembrar de Tito
do Tijuco, Genival Nunes, Manelão, João Gualberto, Toxó, João Batista da
oficina, Edimeia, Joaquim Torres, Zé Guerra, Nezinho Cordeiro, Zé da Penha,
Silvano, professor Fabinho, Zé Sales, finado Delé, primeiro grande goleiro de
Heliópolis. Enfim, eu poderia aqui ficar horas e horas a citar nomes, mas
citando a vereadora Ana Dalva quero dividir este título com todas as mulheres
que, por vocação pública, pela luta por sobrevivência ou até sem saber a
importância do que fazia, contribuiram de forma significativa e relevante para a
formação deste rincão da Bahia. Também, evocando o presidente desta casa, o
vereador Doriedson Oliveira, proponho dividir esta homenagem com todos os
homens daqui, naturais do lugar ou não, que, mesmo que minimamente, tenham
permitido algo que contribuiu para que nós fôssemos o que somos.
Sim, poderíamos estar bem
melhores, mas há sempre uma pedra no feijão. Há sempre uma gripe para
atrapalhar. Se 100 pessoas correm numa direção para construir algo, mas apenas
1 resolve desistir e afirmar que não vai dar certo, que a coisa não funciona,
ou que não vai perder o sono dele para realizar aquela coisa, uma parte perde o
ânimo. Mesmo que a coisa seja feita, já não será tão eficiente porque é
necessário união, força e fé. Muitas coisas aqui não acontecem porque a parte
que está no poder não conta com a colaboração de todos que perderam. Se os que
perdem vencem, a coisa se repete. Até para cobrar eficiência nós temos lado. Ou
corrigimos isso, ou não chegaremos a lugar algum de forma eficiente. Isso aqui
é uma coletividade. Os gestos individuais podem até melhorar a vida de alguém,
mas jamais do município.
Que todos renovem nesta noite
sua fé e crença nesta terra, sabendo que cada um terá sua missão nobre a
realizar.
Obrigado a todos.”