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Neópolis - Cidades do Velho Chico - 31

Novo Triunfo é a cidade mais pobre do Brasil

Novo Triunfo é a cidade mais pobre do Brasil (foto: Google)
Ser Nordeste duas vezes não é fácil. Nossa região está localizada no Nordeste do Brasil e no Nordeste da Bahia. Dupla desgraça, não por culpa do seu povo. O nordestino é trabalhador e dedicado ao seu lugar, mas duas coisas nos colocam nesta situação: a política e a educação. É só olhar os dados educacionais. São os piores do país. Na política, insistimos em nomes pouco recomendáveis e adoramos a prática do rouba, mas faz. Há anos labutamos contra isso, mas tudo é decidido por uma maioria cega, embevecida pelos encantos da disputa e da corrupção. A cidade de Novo Triunfo, localizada a 360 quilômetros de Salvador, agora assume a posição que era de Itapicuru: a de município mais pobre do Brasil. De acordo com a pesquisa Produto Interno Bruto dos Municípios 2015, divulgada na última quinta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade do semiárido baiano gerou apenas R$ 3.369,79 de riqueza por habitante. Para efeito de comparação, o PIB per capita brasileiro (ou seja, a média nacional) naquele ano foi de R$ 29,3 mil. Ou seja, a riqueza produzida por quase nove habitantes de Novo Triunfo equivale àquela produzida por um único brasileiro.
Novo Triunfo tem uma população de pouco mais 16 mil habitantes e foi fundada em 1989, desmembrado do município de Antas e faz limites com o município-mãe, Euclides da Cunha, Canudos, Sítio do Quinto, Jeremoabo e Cícero Dantas. O acesso ao município se dá através da BR 110 e da BA 396 que o liga a referida BR. Sua densidade democrática é de quase 70 habitantes por Km2. Por ironia do destino, Novo Triunfo nasce da gula. O município foi fundado por Antônio Guerra, e a primeira pessoa a habitar a região do município foi um forasteiro que tinha a fama de comer muito, ficando conhecido como Guloso. Daí para Novo Triunfo foram décadas e, por ironia também, a região, como não é segredo, perde riquezas a cada tempo de alta estiagem e, embora raro, perde também para as chuvas catastróficas.
Só para se tirar uma ideia, o município primeiro colocado no Brasil é Presidente Kennedy, no Espírito Santo. Lá, a renda per capita, em 2015, foi de R$ 513.134,20. Ou seja, a riqueza de um habitante de Presidente Kennedy equivale a de 152 moradores de Novo Triunfo. Em segundo lugar, aparece Paulínia, em São Paulo, com R$ 276,9 mil. No Brasil existem 5.570 municípios. O município baiano mais bem colocado no ranking é São Francisco do Conde, no Recôncavo, que ocupa agora o 8º lugar no Brasil.  Em entrevista ao CORREIO, o coordenador de Contas Regionais e Finanças Públicas da SEI, João Paulo Caetano Santos, comentou a queda no ranking de São Francisco do Conde, que já chegou a liderar em PIB per capita no país. Está mais que claro que o problema está por causa da queda no preço do petróleo. Basicamente todo PIB da cidade gira em torno do refino.
Em 2015, 3.170 municípios, 56,9% do total, tinham como principal atividade econômica, a exemplo de Novo Triunfo, a administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social. Excluindo o serviço público, em 3.129 municípios, 56,2% dos municípios do país, a agropecuária era a principal atividade econômica. “São municípios pequenos, com pouca produção e com uma população muito maior que o PIB dele. Eles não geram riqueza e renda, são muito dependentes da administração pública. Em muitos deles, a renda disponível é proveniente dos aposentados e de programas de proteção social”, avaliou Frederico Cunha, gerente das contas regionais do IBGE. 
Agora, apesar da inclusão de Novo Triunfo, a Bahia perde feio em miséria para o Maranhão. Dos dez municípios mais pobres, há oito somente do Maranhão, estado governado pelo PC do B, que substituiu a quase eterna família Sarney. Os municípios são Nina Rodrigues, Cajapió, Humberto de Campos, Penalva, Santana do maranhão, Araguanã, Central do Maranhão e Matões. Completam a lista dos dez mais pobres o município de Pires Ferreira, no Ceará. 
     Os rankings da Bahia e do Brasil da pesquisa do IBGE, apresentados nesta postagem, foram divulgados pelo jornal CORREIO.