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Neópolis - Cidades do Velho Chico - 31

XI - Poucas & Boas

Estrada que liga Poço Verde a Tobias Barreto em estado precário (foto: Landisvalth Lima)
     Jackson contraria Lulu Santos
     Decididamente não se entende como será possível a eleição do governador de Sergipe, Jackson Barreto, para o Senado. Não que ele não seja um político habilidoso, mas o seu governo é ruim de doer na alma. É só pensar em algo que Jackson vai deixar de positivo para o futuro como marca de sua administração. Resumo da ópera: N-A-D-A. É um governo que luta apenas para pagar a folha de pagamento. Para ser justo, a culpa não é só dele. O país está quebrado depois da era PT. Entretanto, Jackson Barreto nem mesmo ousou mudar alguma coisa. Não houve nem mesmo uma insinuação de mudar algo. Aquele velho sistema de cargos públicos para um bocado de político malandro, onerando sobremaneira a folha de pagamento e não gerando nada para a administração pública, por exemplo, poderia ser revisto agora. Nada aconteceu. E olhe que ainda há muitas outras desgraças que poderiam ser eliminadas. Em suma, atitude conservadora, sistema mantido e aposta nas rivalidades municipais. O Jackson de sempre, contrariando a ideia de que "nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia". Resta saber se o velho Jackson vai "passar".
     Estradas de Sergipe
     Uma das marcas do governo ruim que faz Jackson Barreto é a falta de manutenção das estradas. O estado da rodovia que liga Poço Verde a Tobias Barreto é vergonhoso. Há muito que se espera um recapeamento, mas até uma operação para tampar os buracos seria bem-vinda. A estrada de Poço Verde a Simão Dias teve seus buracos tapados há pouco tempo, mas o asfalto é tão velho que bastou uma pequena chuva para novos buracos aparecerem. É urgente o recapeamento e a implantação da sinalização. Em várias estradas do estado será preciso recapeamento e sinalização. Quem chega ao estado tem a nítida impressão de que não há governo. Curioso é que ninguém reclama ou não se dá o devido destaque. Falamos com um prefeito sobre a questão e ele disse que pede a recuperação, mas não pode fazer muita zoada. A crise é tão grande que ninguém quer brigar com autoridades das esferas superiores. Faltam recursos e todos querem usar a velha bajulação como estratégia. Enquanto isso, os borracheiros e mecânicos agradecem. 
     Greve inoportuna
     Aqueles também que não conseguem mudar a conduta são os sindicalistas. Meu Deus! Quanta falta de imaginação! E se for sindicalista da área de educação, aí é que a coisa piora. A última paralisação convocada pela CNTE - Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação - foi dia 15 de março. Alguns sindicatos estaduais resolveram parar três dias. A Bahia optou por oito dias e Sergipe por 9 dias, embora tenha sido decretada greve por tempo indeterminado. Parece que só professor se aposenta neste país. Onde estavam os bancários, comerciários, demais servidores públicos, motoristas e outras categorias? O único prejudicado com a greve foi o alunado. Ninguém está se importando que aluno fique sem aprender. É só verificar quantos governadores entraram na justiça contra as paralisações. Para corrigir o erro, muitos grevistas foram para as redes sociais dizer que o governo Temer havia recuado por força dos movimentos sociais. Se paralisação de professor resolvesse alguma coisa, o governo de Sergipe já teria dado todos os aumentos determinados por lei à carreira do magistério público do estado.
     Reforma que não reforma
     Não é exagero dizer que a Reforma da Previdência, aprovada como o governo Temer quer, decretará a morte de muita gente antes da aposentadoria. Os sindicatos deveriam centrar suas forças no voto dos deputados em Brasília, chamando atenção para aqueles que votarem favoráveis ao projeto original. Há deputados que não conseguirão reeleição fácil. Não há mais dinheiro da Petrobrás, nem das grandes obras. A Lava Jato minou esta forma de financiamento de campanha e haverá uma renovação significativa, tanto no Senado como na Câmara. Que precisa haver reforma todos nós sabemos, mas por que só o trabalhador tem que pagar a conta? E outra; por que a Previdência tem que pagar a conta dos benefícios sociais? Já não seria hora de separar assistência social da previdência propriamente dita? O rombo da Previdência Social no Brasil está todo ele centrado na isenção dada aos grande grupos econômicos, na falta de pagamento de grandes grupos financeiros e no pagamento da assistência social, que deveria ser financiada por rubricas orçamentárias outras. Fazer uma reforma sem debater estas questões é jogar para o futuro o problema, como fez o PT há alguns anos. 
     Aposentadoria na Bahia
     Quem precisar se aposentar na Bahia tem que esperar muito, e não pode ser sentado. Tem que continuar trabalhando, mesmo tendo direito garantido. Parece maldade o que o governo baiano faz com seus trabalhadores públicos, apesar de ser um governo do Partido dos Trabalhadores. E, para ser justo, não é de agora. Vem desde a ápoca do Toinho Malvadeza. Com a chegado do PT ao governo, os funcionários públicos esperavam uma mudança e continuam esperando. Gente que protocolou requerimento em 2014, 2015 e 2016, esperam a carta de alforria para a inatividade. Nesse ponto, Sergipe dá de goleada nos baianos. Se em trinta dias não houver uma resposta do setor competente, o funcionário pode ir para casa e aguardar a decisão sobre seu aposento. Algum agente público da Bahia, deputado ou senador, topa abraçar a causa em favor dos que têm os seus direitos usurpados pelo estado?