Landisvalth Lima
Marivânia Silva: incoerência política na Ribeira (foto: portal da vereadora) |
Há uma coisa que o político tem
que seguir rigorosamente por toda sua trajetória política: a linha tênue da
coerência. Não é fácil. Sabe-se que política são nuvens no céu em época de
tempo nublado com sol. Toda e qualquer decisão tomada por um agente público
deve obedecer tal linha, ou ele corre risco de cair no descrédito e iniciar sua
corrida ao nada. Este é o drama que parece viver dois vereadores do PT de Ribeira
do Amparo, especialmente a vereadora Marivânia Silva.
Todos sabem que os metidos a
espertos sempre acabam se atrapalhando uma hora. Foi isso que ocorreu com a
coligação que elegeu Teti Britto prefeita de Ribeira do Amparo em 2012. Toda a
chapa de vereadores foi anulada por não seguir a Lei Eleitoral no tocante ao
número mínimo de candidaturas femininas. A Câmara ficou toda com a oposição.
Nem todos respeitaram o voto e logo a prefeita conseguiu a adesão dos
vereadores Albérico Cerqueira (Beco), do PR, e Jailton Souza (Raspador), do
PHS.
Logo que se elegeu com os votos
da oposição, como Presidente da Câmara Municipal de Ribeira do Amparo, Joaquim
Rosário (PT) também aderiu à Prefeita Teti Britto (PSD). Novamente a oposição
une os cacos e coloca um novo presidente, o vereador Genildo Reis (PV), que vem
cumprindo um mandato reto. Quando tudo parecia bem, inclusive tendo a prefeita
amargado a reprovação de suas contas, a vereadora Marivânia Silva (PT) adere ao
poder municipal. Aí a oposição resgata Jailton do Raspador de volta, mantendo
os 6 contra 3 da prefeita.
Mas o que não é coerente nesta
história é que o PT perdeu a eleição por 195 votos. Germano Santana (PT), o
candidato derrotado, tem tudo para sentar na cadeira hoje ocupada por Teti
Britto, nas próximas eleições. A vereadora Eulina Silva, presidente municipal
do PT, deve estar arrancando os cabelos com o comportamento dos seus dois
companheiros e se questionando qual motivo teve a vereadora Marivânia para hoje
ser a principal defensora do governo que derrotou o seu partido. Quem lê o
portal da vereadora na Internet não acredita que hoje é ela a Líder de Teti Britto
no Legislativo.
Além disso, parece que Marivânia
joga contra o próprio partido. Porque não deve ser uma jogada política apoiar a
prefeita, que deve ir para a reeleição, sem poder sair do PT ou ter motivo que
justifique tal decisão. Se, pelo menos, fosse o caso de alguém que tivesse
fazendo uma revolução administrativa em Ribeira do Amparo, seria justo o apoio.
Estava cravada a coerência. Ela estaria pensando no melhor para seu povo. Seria
uma traição aceitável, justificável, mesmo depois de ter recebido tapa na cara
do ex-prefeito Marcelo Britto, esposo da atual prefeita. Se for dinheiro,
propina, negociação por cargos ou vantagens, a professora Marivânia joga um balde
de lama na sua história política e vai para o time de José Dirceu. Difícil será
saber como terminará este imbróglio todo.
Que azar de Ribeira do Amparo,
exatamente no ano em que completa 57 anos, neste 14 de agosto. Uma cidade que chegou ao nível de
uma senhora madura, consistente e calejada pelas barbáries da vida nordestina,
mas mantenedora de um povo trabalhador, esperançoso, aguerrido e constantemente
decepcionado com as negociatas de certos agentes públicos. O caso de Marivânia
Silva (PT) é decepcionante duplamente porque se trata de uma professora, que
deve dar exemplo de cidadania e altivez. Teoria e prática coerentes!