Após uma lacuna de 46 anos,
tempo decorrido desde o fechamento da 2ª Bienal de Artes Plásticas pelo regime
militar, o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), junto com a Secretaria de
Cultura do Estado (SECULT-BA), lança a 3ª Bienal da Bahia, que acontecerá entre
os dias 29 de maio e 07 de setembro de 2014. Com uma programação que se estende
por 100 dias, a Bienal apresenta ao público exposições, ciclos de cinema,
performances, atividades educativas e conversas públicas, envolvendo cerca de
150 artistas e 200 obras espalhadas por Salvador e outras 9 cidades do interior
baiano.
Em Heliópolis haverá uma intensa
programação dia 30 de Agosto, no sábado. A abertura será 10 horas, na sala de
Leitura Maria Pereira, no povoado Massaranduba. Pela tarde, às 15 horas: Show
da Bienal na Casa de Farinha de Tebai, no povoado Serra dos Correias. Às 18
horas haverá apresentação de filmes, shows artísticos e apresentações
culturais, além da apresentação da Banda Estrela do Arrocha, no povoado Tijuco.
Em Ribeira do Pombal, dia 31 de
Agosto, no domingo, haverá apresentação dos filmes Tijuco e a força dos
Quilombolas e A Lenda da Lagoa Vermelha.
Indo além de um circuito
artístico baseado apenas em exposições, a 3ª edição marca o retorno da Bienal
da Bahia com um importante resgate de sua história e memória, sem deixar de
lado a necessidade de atualizar as intenções originais das primeiras edições do
evento. Construída em torno da pergunta “É tudo Nordeste?”, a 3ª Bienal se
debruça sobre a experiência cultural e histórica nordestina a partir de uma
perspectiva baiana, abrindo novos canais de diálogo com o resto do Brasil e a
cena artística mundial.
Vale ainda destacar que a 3 ª
Bienal da Bahia está sendo desenvolvida cuidadosamente por um grupo de
curadores de diferentes partes do Brasil e com experiência em grandes eventos
nacionais e internacionais. Marcelo Rezende (escritor, crítico e diretor do
MAM-BA), Ayrson Heráclito (artista visual e professor) e Ana Pato (pesquisadora
e ex-diretora executiva da Associação Cultural Videobrasil) formam o conselho
curatorial. A equipe se complementa com a presença de Fernando Oliva (crítico e
pesquisador) e Alejandra Muñoz (professora e pesquisadora), curadores adjuntos.
O MAM e a Bienal
Desde março de 2013, o Museu de
Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) tem realizado uma série de encontros, palestras
e atividades que proporcionam o debate sobre os modelos de Bienais existentes
no Brasil e no mundo, ampliando a discussão sobre qual seria o formato mais
propício para o cenário baiano atual. Com a proposta de fornecer um espaço para
a discussão de plataformas e iniciativas que contribuam para a 3ª Bienal da
Bahia, as ações reuniram diferentes públicos, que puderam compartilhar opiniões
e conhecer um pouco mais sobre a história da arte mundial.
Uma destas ações foi o projeto
MAM Discute Bienal, que reuniu artistas, urbanistas, pesquisadores e
professores, entre eles Alba e Chico Liberato, Lia Robatto, Ieda Oliveira,
Gaio, Vauluízo Bezerra, Luciana Vasconcelos, Zé de Rocha, Juraci Dórea, Juarez
Paraíso e Alejandra Muñoz. Cada encontro colocava em foco um tema diferente,
sempre relacionado ao cenário artístico-cultural e à organização de uma Bienal.
Além dos convidados, o público também teve importante participação nas
discussões.
Da mesma forma, o MAM Discute
Sistema e Circuito das Artes saiu das dependências do museu e foi até a Escola
de Administração da UFBA, para proporcionar um espaço de discussão sobre o
mercado e as formas de circulação, exposição e comercialização de arte em
contextos locais e globais. Além disso, o MAM foi até a Biblioteca Pública do
Estado da Bahia e a Escola de Belas Artes da UFBA, locais que sediaram as
Leituras Públicas do projeto curatorial da Bienal da Bahia.
Outra ação promovida pelo museu
foi o MAM Manifesto, que aconteceu durante o mês de novembro de 2013 e reuniu
inúmeros representantes das artes em uma programação diversificada, que contou
com leituras de manifestos artísticos, apresentações de dança, performances e
até mesmo gastronomia. Todas as atividades realizadas foram uma prévia do que
vai acontecer durante os cem dias de exposições, encontros, shows e ações
educativas da 3ª Bienal da Bahia.
Os realizadores
A organização do evento em nossa região está a cargo Zé Pereira, Delo, Tonho de Ozano e Carleon. A realização é do Cine Clube Filhos do Sol da Massaranduba. A 3ª Bienal conta com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Heliópolis, Secretaria de Cultura de Ribeira do Pombal, Prefeitura Municipal de Ribeira do Pombal e Distak Infor-Gráfica de Heliópolis.