Por Ivan Richard/Agência Brasil/Tribuna da Bahia
Os escravos no Século XXI (foto: unidosnafe.com.br) |
Na volta aos trabalhos, na quarta-feira (6/2), depois do
recesso parlamentar, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de
Pessoas da Câmara vai intensificar as investigações na Bahia. Para o presidente
da comissão, deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), o estado virou “um fornecedor de
matéria-prima humana para exploração”. A intenção, segundo Jordy, é fazer uma
série de reuniões da comissão no estado tendo como ponto de partida o
depoimento do casal preso semana passada, pela Polícia Federal, em Salvador,
acusado de enviar garotas à Europa para exploração sexual. O requerimento será
colocado em votação na próxima quarta-feira. “Tínhamos uma convicção sólida na
CPI de que, no estado da Bahia, várias organizações criminosas estavam
atuando”, disse Jordy à Agência Brasil. Segundo ele, depois do episódio da
doação ilegal de crianças no município baiano de Monte Santo, outras denúncias
chegaram ao colegiado. “Essa prática do tráfico de pessoas na Bahia vai além do
que poderia parecer, como apenas um episódio isolado”, frisou o deputado. “Não
há uma única rede [de tráfico de pessoas], mas tudo isso é um mercado humano”,
completou. De acordo com a PF, o casal preso em Salvador convencia jovens
baianas a trabalhar em casas de show nas cidades espanholas de Salamanca e
Ávila. Cinco brasileiras foram libertadas com a descoberta da quadrilha e estão
sob custódia das autoridades da Espanha.