Caso a Justiça acate o pedido do
MP, prefeito, vice e vereadores podem ter seus registros cassados.
Da Redação do CORREIO
Romildo - prefeito eleito de Cipó |
O Ministério Público estadual
denunciou nas esferas cível e criminal Romildo Ferreira dos Santos, prefeito
eleito de Cipó, a 240 km de Salvador. O vice-prefeito eleito, Carlos Roberto
Silva; o vereador eleito Vinícius Antônio Silva Santos; o ex-vereador Gilberto
Onofre Gonçalves Anunciação; além dos candidatos não eleitos Anderson Fonseca
Souza e Pedro Francisco dos Santos também foram denunciados. Segundo o promotor
de Justiça Pablo Antônio Cordeiro Almeida, os acusados integram uma quadrilha
que utilizou o sisal para corromper eleitores, a chamada “Quadrilha do Fiapo”.
Caso a Justiça acate o pedido do MP, os candidatos eleitos podem ter seus
registros cassados. Investigações realizadas pelo MP constataram que mais de
500 votos foram comprados pela quadrilha, que utilizava como moeda de troca a
fibra do sisal resultante das sobras de tecidos da indústria têxtil. O
material, conhecido como fiapo, é muito utilizado na cidade, sobretudo pela
indústria moveleira e por artesãos.
Cada eleitor corrompido recebia
de 20 a 100 kg de fibra e, além do fiapo, a quadrilha distribuía materiais de
construção e dinheiro em espécie. Para comprovar os crimes, o MP requereu o
cumprimento de mandados de busca e apreensão, que acabaram por apreender grande
quantidade de fardos de fiapo. Dentre os eleitores surpreendidos com o
material, alguns chegaram a confessar o crime. Além da denúncia criminal, Pablo
Almeida representou contra os acusados por captação ilícita de sufrágio,
requerendo a cassação do registro dos candidatos eleitos, a cassação do diploma
e a aplicação de multas. Caso a ação seja julgada procedente antes da
diplomação, os candidatos eleitos podem nem mesmo tomar posse. Caso o
julgamento seja condenatório e ocorra após a diplomação, os candidatos podem
perder os cargos conquistados nas urnas.