Rui Oliveira, presidente da APLB Foto: José Marques / Bahia Notícias |
Um mês após o início da greve
dos professores, o impasse entre o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do
Estado da Bahia (APLB) e o governo do Estado ganha um novo capítulo nesta
sexta-feira (11), 24h depois de o arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom
Murilo Krieger, entrar em campo para tentar desatar o nó. Em audiências
distintas na residência episcopal, no bairro da Federação, em Salvador, o
religioso se encontrou com o secretário estadual do setor, Osvaldo Barreto, e
membros da entidade de classe – que o entregaram um documento com as
reivindicações – e prometeu intermediar a situação. Nada de concreto foi
firmado. Em entrevista ao Bahia Notícias, o titular da SEC pontuou o
enfraquecimento do movimento, já que, segundo ele, 600 das 1.413 escolas da
rede já retomaram o pleno funcionamento. “Coloquei ele a par do problema e pedi
apoio no processo, no sentido de convencer os professores a retornarem ao
trabalho. Eu torço e acho que a entrada de Dom Murilo, como maior representante
da Igreja [Católica] aqui, colabore com a volta às aulas. Nós queremos
restabelecer o diálogo, mas o governo só vai conversar com eles com o fim da
greve. O governo está cumprindo tudo o que está estabelecido em lei. Não temos
nada mais para oferecer”, avisou Barreto, em entrevista ao Bahia Notícias.
O entendimento não é o mesmo do
presidente da entidade de classe, Rui Oliveira, que desembarcou na noite desta
quinta (10) em Brasília com duas missões que poderão agravar ainda mais o
imbróglio. Ele participará, às 11h, de uma reunião no Ministério da Educação
para explicar o motivo da extensa paralisação e apresentar denúncia contra o
Executivo baiano. Logo depois, vai ao Supremo Tribunal Federal (STF) para
ingressar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra a
aprovação, no mês passado, dos projetos de lei que instituíram reajustes
salariais de 3%, em 2013, e 4%, até 2014, para a categoria. De acordo com
Oliveira, o governo agregou gratificações trabalhistas na norma para atingir o
piso nacional. “A lei do piso é clara. Para se atingir o valor mínimo de R$
1451, não é permitida a inclusão de vantagens. Isso podia até 2009. Acontece
que o governo não fez antes e fez agora. Isso é ilegal e inconstitucional. Nós
queremos, com a Adin, que o governo federal faça uma intervenção”, argumentou o
sindicalista, que integra o Conselho Federal do Fundeb. Nesta quinta, os
docentes decidiram continuar de braços cruzados e manter a ocupação da
Assembleia Legislativa. Até a próxima terça (15), quando o grupo volta a
discutir os rumos da mobilização, novas ações, como a entrega de rosas em
homenagem ao Dia das Mães, estão previstas.
Informações do Bahia Notícias.