Valor foi calculado com base no preço mais alto da cesta e
corresponde a mais de 4 vezes o mínimo em vigor, de R$ 545, e é duas vezes
maior que o valor do Piso Nacional dos Professores.
Maria Regina Silva, da Agência Estado
SÃO PAULO - O salário mínimo necessário para o trabalhador
suprir despesas básicas como alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário,
higiene, transporte, lazer e previdência, como determina a Constituição
Federal, deveria ser de R$ 2.349,26. O cálculo foi feito pelo Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com base no
preço mais alto da cesta, verificado em Porto Alegre em novembro, de R$ 279,64.
O valor do salário calculado pelo Dieese corresponde a 4,31 vezes o mínimo em
vigor, de R$ 545,00 - montante superior ao de outubro, quando o calculado pelo
Dieese fora de R$ 2.329,94. Em novembro de 2010, o mínimo necessário era de R$
2.222,99 ou 4,35 vezes o mínimo vigente de R$ 510,00. Os dados fazem parte da
Pesquisa Nacional da Cesta Básica, que mostrou que das 17 capitais pesquisadas,
o preço subiu em 15 cidades. O levantamento também apontou que, para adquirir a
cesta em novembro, o consumidor brasileiro que ganha o salário mínimo precisava
trabalhar 96 horas e 13 minutos. Esse tempo ficou acima do verificado em
outubro, quando a mesma compra requisitava o cumprimento de 94 horas e 4
minutos. Na comparação com novembro de 2010, no entanto, o tempo era maior:
exigia 98 horas e 12 minutos. Segundo o Dieese, o custo da cesta básica alimentar,
quando comparado com o salário mínimo líquido, ou seja, após os descontos da
Previdência Social, também mostrou a mesma correlação. "No mês passado, a
cesta demandava, na média das 17 capitais pesquisadas, 47,54% do rendimento
líquido, enquanto em outubro eram necessários 46,48% e em novembro de 2010,
48,52%", escreveram os técnicos do Dieese. Não custa lembrar que este
salário desejado pelo DIEESE é o dobro do piso nacional de salário para um
professor, que é de 1.186,00. E ainda há Governadores e prefeitos que não
querem cumprir a Lei do Piso.
Informações do estadão.com.br.