O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, foi
funcionário-fantasma da Câmara dos Deputados por quase seis anos. Ele ficou
pendurado na folha de pagamento da Casa, com lotação na liderança do PDT, de
dezembro de 2000 a junho de 2006, informa reportagem de Andreza Matais e
Fernando Melo, publicada na Folha deste sábado. A Folha
ouviu assessores, deputados e ex-deputados do PDT. Os funcionários do partido
em Brasília, que pediram para não ser identificados, confirmaram que Lupi não
aparecia no gabinete da Câmara e se dedicava exclusivamente a tarefas
partidárias.
OUTRO LADO
Questionado sobre sua passagem pelo Legislativo, Lupi
afirmou apenas que de 1995 a 2000 exerceu, "em alguns períodos,
assessorias legislativas na liderança do PDT", omitindo a maior parte de
sua posterior passagem pela liderança do PDT na Câmara dos Deputados entre 2000
e 2006. Entre 1997 e 1999, Lupi foi assessor da liderança do PDT no Senado
Federal. Mas, em 2002, segundo registros da Câmara ele era assessor da Casa e
não teria se licenciado para candidatar-se ao Senado, como prevê a legislação. Ele
nega e disse que cumpriu a lei.
PSDB quer investigação
O PSDB irá ingressar com representação na Procuradoria-Geral
da República e na Procuradoria da República do Distrito Federal pedindo
investigação da denúncia de que o ministro Carlos Lupi (Trabalho) foi
funcionário-fantasma da Câmara por um período de quase seis anos. Em nota, o
líder do PSDB, Duarte Nogueira (SP), afirmou que "esse é mais um capítulo
da série de denúncias de irregularidades envolvendo o ministro do
Trabalho". "Sua permanência, além de ser insustentável já há algum
tempo, é mais um sinal claro de que a faxina ética da presidente Dilma não
existe." O partido também vai pedir aos dois órgãos investigação sobre
denúncia da revista "Veja" de que seus assessores pediram propina a
um sindicalista para a obtenção de carta sindical. "A permanência do
ministro Lupi, por decisão da presidente Dilma, pode comprometer o andamento de
projetos em áreas importantes do ministério, de interesse do trabalhador
brasileiro", disse.
Informações de A FOLHA DE SÃO PAULO.