Procurador geral disse que sexo entre a garota e o
cunhado foi consensual
A afegã Gulnaz (foto), de 21 anos, enfrentou um duro
dilema recentemente. Ela precisou escolher entre permanecer na cadeia cumprindo
uma pena de 12 anos por ter sido estuprada por um homem casado ou se unir ao
agressor, o que lhe garantiria a liberdade. Pensando na filha de dois anos, que
nasceu após o estupro, Gulnaz escolheu a segunda opção. Conforme contou à rede CNN,
a afegã foi violentada pelo cunhado quando tinha 19 anos. “Ele estava com
roupas nojentas, porque trabalha na construção civil. Quando minha mãe saiu,
ele foi até a minha casa e fechou as portas e as janelas. Eu comecei a gritar,
mas ele me calou, tapando minha boca com as mãos”, descreveu Gulnaz. A garota
preferiu não denunciar o agressor, com medo de represálias, mas poucas semanas
depois descobriu que estava grávida e o segredo foi revelado à família. Gulnaz
foi julgada por adultério e condenada a 12 anos de prisão, assim como o cunhado.
No Afeganistão, uma mulher somente recupera a honra e a liberdade após um
estupro ou adultério caso se case com o criminoso. O casamento legitimaria
Gulnaz e a filha na sociedade afegã, de acordo com a reportagem da CNN. Nesta
quarta-feira (23/11), porém, um tribunal de Cabul aceitou somente reduzir a pena
de Gulnaz, de 12 para três anos, alegando que ela "demorou demais"
para prestar queixa contra o cunhado. O porta-voz do procurador geral da
capital afegã, Rahmatullah Nazari, disse à CNN que a
investigação concluiu que o sexo foi consensual, por isso Gulnaz foi condenada
por adultério. "Gulnaz alega que foi estuprada. Mas devido ao fato de
que ela reportou o crime somente quatro meses depois, não conseguimos encontrar
nenhuma evidência do ataque", afirmou Nazari.
Informações do portal UOL.