Decisão foi tomada em assembleia
realizada no Wet'n Wild, na tarde desta terça-feira (15)
Da Redação do CORREIO Com
informações do repórter Rafael Rodrigues
PM´s votam pela greve (foto: Bahia Notícias) |
Os policiais e bombeiros
militares da Bahia decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. A decisão
foi tomada em assembleia realizada no Wet'n Wild, no começo da noite desta
terça-feira (15). A categoria rejeitou as propostas apresentadas pelo Governo
do Estado de reestruturação e modernização da Polícia Militar. A decisão foi
anunciada pelo coordenador-geral da Aspra, Marco Prisco. Antes, vários PMs já
cantavam: "ôooo, a PM parou".
Antes da assembleia, Marco
Prisco, chegou a se reunir com o governador Jaques Wagner. O comando geral da
Polícia Militar também se comprometeu a rever alguns pontos contestados pela
categoria, como o Código de Ética e os processos disciplinares de PMs que
participaram da greve no ano passado.
As opiniões antes da decisão
divergiam. O major Ubiraci Vieira, da Associação dos Oficiais do Quadro
Auxiliar, comentou a situação. "Por mim, não acontece greve", disse.
Ele estava otimista de que eles chegariam em um consenso, mas afirmou que a
decisão dependia da categoria - mais de 10 mil policiais estavam no local.
Já o deputado estadual Capitão
Tadeu criticou a postura do governador Jaques Wagner. "Tá tendo conversa
direto, tanto o governo quanto as associações, nós estamos conversando
diretamente, estamos com toda boa vontade negociando, mas o governador, parece
que ele não entende o que está acontecendo, parece que ele tá vivendo no mundo
da lua, a situação é crítica e ele acerta uma coisa e faz outra, ele e a equipe
dele", afirmou.
"A proposta dele tira parte
dos absurdos que ele colocou no projeto, mas não altera a questão principal,
que é melhorar o plano de carreira, porque um soldado não pode mais ficar com
28 anos sem promoção, como também a questão do salário. O governador fez planos
de cargos e salários para diversas categorias, e pra Polícia militar ele deixou
de lado". Ele afirmou que os PMs querem a negociação. "Essa tropa que
está aqui está querendo conversar, negociar, mas não quer ser enganada pelo
governador mais uma vez".
Proposta e críticas
A categoria, que reúne pelo menos
34 mil homens na ativa no estado, reivindica melhoria salarial, mudanças na
política remunerativa, plano de carreira, acesso único ao quadro de oficiais,
um Código de Ética, aposentadoria com 25 anos de serviço para a Polícia
Feminina, aumento do efetivo, bacharelado em Direito para os oficiais, além de
elevação de toda a tropa para o nível superior entre 2014 e 2018. O governo tem
até 180 dias antes do início do período eleitoral para remeter ao Legislativo
qualquer projeto que provoque alterações salariais de servidores.
A assembleia desta terça-feira
contou com as diversas associações da categoria, como a Associação de Policiais
e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), a Associação de
Praças da Polícia Militar do Estado da Bahia (APPM-BA) e a Associação dos
Oficiais da Polícia Militar da Bahia (Força Invicta). O coordenador-geral da
Aspra, Marco Prisco, já havia afirmado que as propostas sugeridas pelo Governo
não agradavam. "As propostas que o Governo ofereceu para a gente não
contemplam a categoria", disse.
Na segunda-feira (14),
representantes das associações de policiais e bombeiros militares participaram
de reunião com o secretário da Segurança Pública, Maurício Barbosa, e o
comandante-geral da PM, coronel Alfredo Castro. O secretário garantiu rever
alguns pontos apresentados aos policiais. Entre os itens propostos para revisão
estão o código de ética, o plano de carreira e a promoção na corporação. “Na quinta-feira passada, apresentamos a
proposta do governo e desde aquele momento havíamos falado para todos que
estávamos colocando aquilo para apreciação. Eles trouxeram uma análise do material.
São propostas que vamos analisar e que estamos dispostos a revisar”, afirmou o
secretário.
12 dias de greve
Em janeiro de 2012, os policiais
militares e os bombeiros da Bahia realizaram uma greve que durou 12 dias. Cerca
de 3 mil policiais ocuparam a Assembleia Legislativa, no Centro Administrativa
da Bahia (CAB), durante a paralisação. Os
policiais reivindicavam o cumprimento da lei 7.145 de 1997, com pagamento
imediato da GAP V, incorporação da GAP V ao soldo, regulamentação do pagamento
de auxílio acidente, periculosidade e insalubridade, cumprimento da lei da
anistia e a criação do código de ética, além da criação de uma comissão para
discutir um plano de carreira para a categoria. Durante a greve, a Força
Nacional de Segurança Pública e o Exército reforçaram o policiamento em
Salvador. Os agentes foram distribuídos em locais de maior circulação de
pessoas, como estações de transbordo, hospitais, e Terminal Rodoviário.