Landisvalth Lima
A escola foi completamente abandonada pela administração municipal |
Todos nós sabemos aquilo que é
bom ou ruim para as nossas vidas. Fazemos isso olhando para o próprio umbigo,
mas não conseguimos enxergar quando a coisa se mostra para o todo. Nosso
individualismo nos massacra. É por isso que o resultado das eleições
surpreendem. Veja o caso da Presidente Dilma. Seu governo desce ladeira abaixo,
mas o bolsa-família ainda a coloca no páreo. O individual se sobrepõe ao
coletivo. Mesmo porque, foram anos o povo levando só bordoada da elite. Não
querem perder a boquinha e isso acaba ofuscando o aparecimento de novos nomes,
novas ideias. O certo seria que o bolsa-família fosse o programa social sem
conotação política para dar aos pobres condições dignas de sobrevivência, até o
caminhar com as próprias pernas. Mas não é assim que funciona.
Caos no ensino público em Serrinha |
De Serrinha ouço a Dra. Ivana
Santana se queixar do abandono da Escola Anexa. Diz ela que esta é a realidade
da administração do prefeito Osni Cardoso. A advogada encontrou o que sobrou da
Escola Anexa. Registrou o abandono de centenas de pares de tênis que foram
adquiridos pela Secretaria de Educação de Serrinha e se encontram armazenados
como lixo, sem a devida utilização. “O dinheiro da Educação foi pelo esgoto. Os
direitos e garantias individuais dos que precisam de um sapato para ir à escola,
principalmente as pessoas carentes , estão na vala.”, revela decepcionada Ivana.
Para não dizer que é só falácia, manda as fotos aqui publicadas. Ao vê-las, vou
lá no início de tudo e vejo um jovem cheio de ideário, arregimentando
estudantes da Uneb para formar um grupo numeroso e tomar o poder em Serrinha. A
estrela vermelha no peito, o punho erguido no ar. Todos acreditaram. Era a hora
de expulsar os exploradores e colocar o povo no poder. Alguns anos depois, após
uma reeleição comparada a um balcão de negócios, e depois de inúmeros processos
e denúncias, eis a administração Osni Cardoso nas fotos de Ivana Santana. É o
caos. É a verdadeira administração petista em Serrinha. Um governo de mentira e
de ostentação da miséria humana. E olhem que a escola era estadual e foi
municipalizada.
Centenas de pares de tênis sem utilidade alguma |
E sempre há saídas. É só escolher
o novo, realmente novo. Ou melhor, escolher um programa e não pessoas. Deu
certo? É obrigação! Deu errado? Tchau, Baby. Não tem que ficar votando em
pessoas para ter cargos ou vantagens pessoais. O poder é público. E esta
relação entre o público e o privado ainda vai acabar com a nossa República. É
difícil? E quem disse que era fácil? Vencer o populismo, as ambições individuais,
abandonar a política das negociatas, os maus exemplos, é difícil.
Principalmente num país onde o ex-presidente tirou uma candidata do bolso do
paletó e o atual governador fez o mesmo com o seu pupilo candidato petista.
Pior é saber que o eleitor que votou em Osni, Jaques Wagner e Dilma deve
colocar na cabeça que todos os políticos são iguais. Vão fazer a mesma coisa.
Mentir nos palanques e abandonar o público depois. O povo será a Escola Anexa
de amanhã. Já que tudo é igual, primeiro o meu! E há também aqueles que ainda
acreditam que estamos no caminho certo. Não houve mensalão! O que há é Joaquim
Barbosa se vingando do PT. Tem gente até que acredita que isso é uma revolução
e que os heróis são o Genoíno, o Dirceu e o Delúbio.
O público foi cooptado pelos interesses privados |
Eu não me canso de esperar pelo
novo. E que ele seja programático. Não acredito em discursos, mas no
planejamento. Não quer dizer que tudo vá dar certo, mas avançar sempre caindo
aqui e ali, mas seguindo sempre. Isso é evolução. O PT no governo se aproveitou
de uma estrutura de poder viciada. O executivo distribui benesses e se apodera
do Legislativo e do Judiciário. Quem não entra no jogo está isolado. Nem sempre
teremos uma Eliana Calmon para dar murros na mesa, ou um Chico Mendes para se expor
à morte. E a cantilena se ramifica transformando a política num grande negócio.
O privado se apodera do público e os pobres se conformam com migalhas. A Escola
Anexa de Serrinha é a metáfora para nossa educação e a saúde está nas mãos de
médicos cubanos formados no silêncio para sempre dizer sim ao castrismo. Não
tem graça falar em infraestrutura. Os aditivos dizem tudo. Só espero que os Joaquins,
as Elianas, os Chicos, as Marinas, as Anas e Ivanas, dentre tantos outros e
outras, nunca desistam de suas lutas de fé. Precisamos ter sempre acesa a luz
do republicanismo e deixar sempre reservado um espaço na Papuda para os
bandidos da política e da toga.
Mais uma de Helânio
Infelizmente o gestor de Cícero
Dantas, o Sr. Helânio Calazans, é avesso a um dos princípios da administração
pública: a impessoalidade. Trata a coisa pública como se privada fosse. Ou
melhor, manda à privada o que é público. Ocorre que ele insiste em
descaracterizar o instrumento concurso público. Agora tenta alterar as regras
com o objetivo de prejudicar quem teve o melhor desempenho no certame. Enviou
um projeto de lei alterando o artigo 20 do Estatuto do Servidor Público
Municipal, onde a opção de lotação não é mais a ordem de classificação, e sim,
o apadrinhamento. Torna-se imprescindível uma mobilização dos aprovados para
dar um basta nessas arbitrariedades do prefeito e pressionar os vereadores para
rejeitarem a proposta. O Projeto de Lei é uma afronta à sociedade, à Justiça,
em particular ao Ministério Público, na medida em que altera regra no andamento
do processo. É só lembrar que o prefeito Helânio Calazans assinou um TAC para
que ocorresse um concurso sem artimanhas. As informações foram fornecidas pelo
ex-vice-prefeito Gilmar Santos.
Conselho
Não preciso aqui dizer como a administração
do prefeito Ildinho tem crescido nos últimos dois meses. Claro que os efeitos
serão sentidos mais adiante. Apesar do atraso no início do ano letivo, tudo
caminha para o nosso melhor ano educacional, apesar da Copa. Até o transporte
escolar indica significativas melhoras, já que uma empresa de porte venceu a
licitação. Vem aí também boas novidades na área de saúde. São promessas que
indicam evolução no setor. Mas há duas coisas que podem colocar tudo a perder.
A primeira é o banditismo. Nunca se roubou tanto em Heliópolis, mesmo com a
melhoria do policiamento. Um ônibus foi assaltado quando vinha do povoado
Cajazeiras para Heliópolis. Os passageiros ficaram sem a grana da feira. Falam
em mais de 7 mil reais. Não há pistas dos bandidos. A segunda é uma ponte que
separa Gama Neves, o vice-prefeito, do secretário Beto Fonseca. Depois de muita
conversa, os dois pareciam que se encontrariam no meio da ponte e a união do
grupo estava selada. Ocorre que Beto deixou Gama sozinho no meio da dita ponte,
mesmo depois do vice-prefeito amainar o seu coração partido, mesmo depois de o secretário
se mostrar um humanista no cargo. Ildinho depende do governo estadual para resolver
o problema da violência, mas a ponte que separa Gama de Beto o prefeito pode
resolver logo, de imediato. Como Heliópolis faz política imediatista, Ildinho
só saberá da importância de Gama quando 2014 terminar. Eu não esperaria. A
vereadora Ana Dalva arrisca que a solução está bem próxima. Ela fala que a
chegada ao meio da ponte de ambos será terça ou quarta-feira. Conselhos não
faltam.