Fernanda Chagas – da TRIBUNA DA
BAHIA.
Nem bem foi criado e o PSD
baiano, que já nasce como a segunda maior bancada na Assembleia Legislativa,
tende a surpreender. Informações chegadas à Tribuna dão conta de que a sigla,
comandada pelo vice-governador Otto Alencar, além dos 11 deputados com ingresso
confirmado, pode emplacar novos cinco nomes e, consequentemente, desfalcar
ainda mais a oposição, assim como partidos aliados, com possibilidade,
inclusive, de se equiparar ou ultrapassar o PT,
que conta com 14 parlamentares. No
rol dos possíveis dissidentes estariam a progressista Graça Pimenta, que
seguiria o rumo do marido, Tarcízio Pimenta, hoje no PDT, sem o risco de ser
acusada de infidelidade partidária; o líder da oposição Reinaldo Braga, também
do PR, que nunca escondeu sua vontade de permanecer nos braços governistas, mas
se viu obrigado nas eleições passadas a ir para o time contrário; a comunista
Kelly Magalhães e o líder do PP na AL, Ronaldo Carletto.
Contudo, a surpresa maior fica
por conta da ida, que já é praticamente dada como certa, do deputado Paulo Azi,
cujo discurso de oposicionista é classificado como um dos mais contundentes da
Casa. Em caso de confirmação, o grupo da
minoria (DEM, PMDB, PSDB, PR e PRP) sofreria mais três grandes baixas. Ao todo
já são seis, de 19. O DEM, por exemplo, que já havia perdido dois
representantes (Gildásio Penedo e Rogério Andrade), com saída de Azi, ficaria
com apenas dois (Herbert Barbosa e Tom).
O PR, que permanecia intacto,
ao menos na AL (por baixo deve perder 10 prefeitos), ficaria com apenas Elmar
Nascimento e Sandro Régis. Já no ninho comunista restaria Álvaro Gomes e
Fabrício Falcão. O PP, do ministro Mário Negromonte, que já havia perdido
Ângelo Coronel e corre o risco de perder Ronaldo Carletto, reduziria para
quatro representantes. Contudo, de todas
as 16 legendas que compõem o time da Assembleia, o PMDB foi quem mais saiu
perdendo com a criação do PSD na Bahia. Reduziu de seis para três assentos e,
por tabela, perdeu o status de bancada. Os deputados Alan Sanches, Ivana Bastos
e Temóteo Brito chegaram a ser expulsos das hostes peemedebistas.
Já o PTdoB, que elegeu apenas
duas deputadas na atual legislatura (Maria Luiza Laudano e Ângela Souza),
ficará sem representatividade na Assembleia Legislativa. Ambas já confirmaram
suas idas para a recém-criada sigla. O PRP, por sua vez, perdeu Ângelo Coronel e
fica somente com Bruno Reis. Todos os tidos como pretensos “novatos” foram
procurados pela reportagem, mas apenas a deputada Kelly Magalhães, que, vale
lembrar, tem forte ligação com a prefeita de Barreiras, Jusmari Oliveira - que
também está de malas prontas para o PSD -, foi encontrada. Kelly, no entanto,
negou qualquer possibilidade de deixar o PCdoB. “Nunca cogitei essa
possibilidade. Sou filiada há 20 anos ao PCdoB
por afinidade política e ideologia”, destacou, complementando que foi
eleita por duas vezes vereadora em Barreiras, foi presidente da Câmara e
deputada estadual graças ao seu partido.
Brasil terá quase 60 mil
vereadores em 2013
Uma pesquisa realizada pela
Confederação Nacional de Municípios (CNM), divulgada nesta segunda-feira (3),
aponta que o número de vereadores no Brasil poderá chegar a quase 60 mil até
2013. As vagas nas câmaras municipais devem aumentar dos atuais 51.419 para
59.764, segundo a projeção, que levou em conta alterações já consolidadas ou em
estudo para a próxima legislatura em 5.565 municípios brasileiros. Para o
levantamento, foram consultadas todas as 2.153 câmaras que, pela legislação
atual, podem mudar a quantidade de cadeiras. O resultado revela que metade das
cidades preferiu elevar o número de vagas, com exceção de Conchal (SP), que
reduziu de 13 para 11. Na outra metade, composta por cidades que ainda não
fizeram as alterações, 62% sinalizaram que pretendem alterar o número de
mandatos, o que levou a CNM a concluir que 1.740 municípios optarão pelo
aumento. (Informações do Bahia Notícias).