Da Redação de A TARDE, com informações de Alean Rodrigues. Foto de Luiz
Tito.
O
Batalhão de Polícia de Choque invadiu, às 14h, o Conjunto Penal de Serrinha,
onde cerca de 125 presos encontram-se rebelados nesta sexta-feira (21). Neste
momento, o que se pode ouvir são gritos de presos, tiros e uma fumaça preta. Os
policiais também usam cães de guarda. Até antes da invasão, uma pessoa havia
sido morta pelos presos por enforcamento e há informações não confirmadas de
uma pessoa queimada durante o motim, que começou por volta das 14h de
quinta-feira (20). Outras dois presos estavam sendo mantidos reféns no primeiro
andar Pavilhão C, com cordas feitas de lençóis amarradas no pescoço. O
movimento é chamado pelos detentos de "Comando do Belo" em referência a Edvaldo
Castro do Nascimento, que é apontado como líder da rebelião. Ele está preso há
quatro anos no local cumprindo pena de 22 anos por latrocínio. Um policial, que
não quis se identificar, disse que Edvaldo Castro comanda o tráfico de drogas
na região de dentro do presídio. Para isso, ele mantinha contato com a mulher Daiana Silva
de Jesus através de um celular. Há informações que esse aparelho foi
apreendido, o que levou Edvaldo a iniciar o motim. Daiana, que está do lado de
fora do presídio, nega a acusação de tráfico de drogas. Os rebelados pedem
transferência para outras unidades, a permissão para entrada de alimentos
enviados por familiares e
que as visitas sejam feitas nos pavilhões do Complexo. Atualmente, acontecem
uma área reservada para visitas, que conta com seis quartos para encontros
íntimos. O major César Bonfim, diretor do
presídio, disse que os presos destruíram as câmeras e fecharam os portões do
complexo com colchões. O major disse que além de Edvaldo foram identificados
outros oito internos que estariam comandando a rebelião. Caso a participação
deles seja confirmada, eles vão responder por dano ao patrimônio, cárcere
privado, tortura, além de homicídio e lesão corporal se houver mortos e
feridos. A negociação é comandada pelo major Júlio Ferreira, que representa a
Superintendência de Gestão Prisional ligada a Secretaria de Administração
Penitenciária e Ressocialização (Seap), além do tenente-coronel Vítor da 16ª
CIPM, do coronel Fonseca do Pelotão de Choque e do major Marcos Aurélio. A
juíza da Vara Crime, Maria Angélica Carneiro, a promotora Núbia Rolim dos
Santos, a defensora Elaine Moura Pimentel e os delegados de Serrinha, Daniel
Tuy, e de Araci, Ana Carina Guerra, estão do lado de fora da unidade
acompanhando a negociação que foi suspensa devido às novas exigências - não
divulgadas pela polícia - feitas pelos presos. O Complexo conta com 460
presos, sendo que a capacidade é para 476 internos.