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Neópolis - Cidades do Velho Chico - 31

Viuveira foi iniciado por sobreviventes da Guerra de Canudos

Igreja Matriz da Viuveira (foto: John Kennedy)

O povoado teve como primeiros habitantes uma família que seguia Antônio Conselheiro e desertou da Guerra de Canudos.


A história do povoado teve início quando José Francisco dos Santos - Seu Chico – com sua família, seguidores de Antônio Conselheiro, fugiam da Guerra de Canudos. Chegaram onde hoje é o povoado em 1898. Segundo Francisco Marcelino dos Santos - Seu Chiquinho – um dos mais velhos moradores e figura lendária da Viuveira, neto de Seu Chico, o avô se instalou em uma fazenda e passou a festejar o dia 3 de maio, Dia de Santa Cruz, atraindo assim a chegada de moradores para a região. Os novos moradores foram povoando o local com construção de casas e bodegas. A partir daí, tendo a necessidade de um nome para o povoado, colocaram Viuveira, inspirados numa árvore existente no local.

Com o passar do tempo, o vilarejo foi evoluindo. Somente um século depois, por volta do ano 2000, o ex-prefeito Aroaldo Barbosa contribuiu para seu desenvolvimento levando uma antena de televisão. Somente há pouco mais de dois anos, na gestão de Walter Rosário, fez-se a pavimentação da Praça Central. Hoje o Povoado é composto de duas associações, uma para os agricultores, e outra para a fabricação de cerâmica oriunda da argila, esta com sua sede em construção. Também conta com uma igreja, uma casa de farinha organizada por Seu Chiquinho e uma escola. Foi nessa escola que Seu Chiquinho ensinou, sendo o seu primeiro professor. Na localidade ainda havia uma capela deixada pelo primeiro habitante. Lá se encontra os corpos de pessoas da família do José Francisco dos Santos, mas há pouco desmoronou. Seu Chiquinho, o mais velho descendente, não quer que a história se perca e diz que pretende reerguê-la, deixando-a como símbolo histórico da Viuveira.

As repórteres do 3º A com "Seu Chiquinho" (foto: John Kennedy)

O dia de Santa Cruz continua sendo festejado no dia 3 de maio, tendo 9 dias de novenário e abertura com cavalgada. A forma de festejar da população é através de danças populares como o reisado, samba de roda e outros. A musicalidade está ligada a instrumentos como zabumba e triângulo. Também é importante ressaltar que a produção cultural dos moradores não se resume apenas a essa festa. O problema é que, além da falta de incentivo do poder público, nem a própria população tem consciência da qualidade cultural produzida por eles.


Reportagem de Alice Ribeiro, John Kennedy, Josefa Valéria e Milena Oliveira, como avaliação da disciplina Redação e Expressão, ministrada pelo professor Landisvalth Lima, no 3º ano A do Colégio Estadual José Dantas de Souza.