David Mendes – do Bahia
Notícias
A Juíza Nemora e o promotor Dioneles: violência sem explicação. |
A juíza da comarca de
Caravelas, no sul baiano, Nemora de Lima Jannsen dos Santos, de 35 anos, foi
espancada na madrugada desta sexta-feira (24) pelo promotor da Vara Única
Criminal de Porto Seguro, Dioneles Leones Santana Filho, quando participava do
Carnaporto, o carnaval indoor do município da Costa do Descobrimento. Segundo
consta no boletim de ocorrência registrado na Delegacia de Proteção ao Turista
de Porto Seguro (Deltur), a magistrada estava em companhia do namorado, o
advogado Leonardo Wishart, de 27 anos, em um camarote da Arena Axé Moi, quando
o agressor se aproximou por trás e deferiu um soco que atingiu a sua nuca. Com
o impacto, Nemora caiu no chão, mas a agressão não parou por aí. Caída, a juíza
recebeu diversos chutes na cabeça e em outras partes do corpo. O companheiro
dela, que estava ao lado, chegou a entrar em luta corporal com Dioneles, e
também foi agredido com socos. “Enfurecido, (Dioneles) agredia cuja intenção
era a de matar a comunicante. É o registro”, diz a certidão emitida pela
Deltur. Procurada pela reportagem do Bahia Notícias, a magistrada não quis se
pronunciar sobre o caso. O seu parceiro, contatado pelo site, informou apenas
que a juíza, que já atuou na comarca de Porto Seguro, está bastante abalada e
assustada com o episódio, e diz desconhecer os motivos que levaram o promotor a
cometer o ato violento. Ainda segundo Wishart, os organizadores do evento
chegaram a ser procurados, mas se recusaram a informar quais seguranças estavam
no local no momento da agressão. “Por conta disso, estamos nos sentindo
ameaçados”, revelou. A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça da Bahia
(TJ-BA) afirmou que só se pronunciará sobre o caso, após a conclusão do
inquérito que estaria a cargo da Polícia Civil. Ainda segundo os interlocutores
da corte baiana, Nemora não solicitou escolta pessoal para garantir a sua
integridade. “Caso um magistrado se sinta ameaçado, ele pode contatar
imediatamente a Comissão de Segurança, que acionará a guarda militar a qualquer
momento”, explicou. Já a assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que o
inquérito já teria sido entregue pelo delegado responsável, Ricardo Feitosa, à
23ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Coorpin) de Eunápolis, que ficou de
entregar o relatório, ainda nesta sexta, às Corregedorias do Ministério Público
Estadual (MP-BA) e do TJ-BA. "Reza uma orientação legal que casos
envolvendo representante desses dois órgãos, a polícia, no máximo, registra a
ocorrência, expede guias de exames periciais, junta tudo em um documento e
encaminha ao presidente do Tribunal de Justiça e ao Ministério Público",
explicou. O casal realizou exame de corpo de delito na manhã desta sexta no
Complexo Policial de Porto Seguro. Já o promotor Dioneles não foi localizado pela
reportagem.