“Dinheiro não pode comprar um
bom sistema educacional”. “Países com os melhores resultados são aqueles que
mais investem em seus professores”, diz entidade.
Alésia - aluna do 3º ano médio 2011 do CEJDS, em Heliópolis: destaque em Língua Portuguesa. |
Os países que mais investem em
educação por aluno entre os 6 e os 15 anos não são necessariamente os que
apresentam um melhor rendimento de seus estudantes, segundo uma análise do
relatório do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), divulgado
nesta quinta-feira pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento
Econômico (OCDE). "O dinheiro sozinho não pode comprar um bom sistema educacional",
destacou a OCDE em seu relatório "Pisa in Focus", que indica que os
países que obtiveram melhores resultados nessas provas em 2009 são os que
acreditam que "todas as crianças podem ter êxito na escola".
Segundo essa organização com
sede em Paris, uma das chaves do sucesso dos sistemas educacionais é considerar
que todos os estudantes podem ter êxito e não deixar que os alunos com
problemas repitam de ano ou sejam transferidos a outras escolas, ou que sejam
agrupados em diferentes turmas em função de suas habilidades. "Superado o
nível de aproximadamente 35.000 dólares" de investimento por estudantes
entre os 6 e os 15 anos em unidades monetárias harmonizadas, a despesa
"não está relacionada com o resultado", indicou a OCDE.
A organização com sede em Paris
citou como exemplo países que investem mais de 100.000 dólares por aluno, como
Luxemburgo, Noruega, Suíça e Estados Unidos, e que obtêm resultados similares a
nações que destinam a metade por estudante, como Estônia (43.037 dólares),
Hungria (44.342) e Polônia (39.964).
Assim, os dois países que
obtiveram os melhores resultados nas últimas provas Pisa (Finlândia, com 71.385
dólares; e Coreia do Sul, com 61.104) estão bastante distantes dos que mais
investiram (como Luxemburgo, com 155.624 dólares acumulados por aluno; e Suíça,
com 104.352). O Chile investe por aluno 23.597 dólares, mais do que o México
(21.175), ambos acima de países "associados" à OCDE como o Brasil
(18.261) e a Colômbia (19.067). Todos eles superam a Turquia, que, com 12.708
dólares por aluno, é a lanterna da lista de 33 estados-membros da OCDE.
Outro dos fatores cruciais
detectados pela OCDE é que os países com os melhores resultados nas provas
trianuais sobre compreensão de texto, matemática e ciências naturais são
aqueles que mais investem em seus professores. Assim, os professores do ensino
médio da Coreia do Sul e Hong Kong, ambos com excelentes resultados nas provas
Pisa, ganham "mais do que dobro do Produto Interno Bruto (PIB) 'per
capita' médio em seus respectivos países".
"Em geral, os países que
alcançam bons resultados na Pisa atraem os melhores estudantes à profissão de
professores, e lhes oferecem salários mais altos e um grande status
profissional", indicou a OCDE. No entanto, essa organização precisou que essa
relação entre professores e resultados não acontece entre os países menos
ricos.
Informações do portal Educação da revista VEJA (Agência EFE).