Rita Lee faz despedida típica de “Ovelha Negra”


Chico Castro – de A TARDE
Rita Lee em show na Atalaia Nova
Rita Lee fez sua anunciada despedida dos palcos com um estrondo. Tudo ia bem, até a sexta música do show, na madrugada deste domingo (29), quando a cantora percebeu que a polícia começou a dar geral na turma da fumaça. Contrariada, pediu que a polícia se retirasse da plateia e sugeriu aos oficiais que fossem "fumar um baseadinho".
Como os policiais não aceitaram a sugestão e continuaram na função, Rita também prosseguiu reclamando. "Olha só, em vez de pegar no pé da meninada, vai pegar político filho da puta", provocou.
Resumo da ópera: de forma desagradável, a cantora continuou na sua ladainha, até evoluir em xingamentos pesados aos policiais, como "cavalos", cachorros" e, por fim, "filhos da puta".
Também incitou o público a vaiar os homens. O clima pesou um pouco. Os policiais passaram a maneirar e Rita seguiu com seu show, que não foi nada mal, até o fim. Após a apresentação, se recusou a falar com a imprensa, como estava previsto.
Quem fez questão de falar com os repórteres presentes foi o governador do Sergipe, Marcelo Déda (PT), que se mostrou profundamente indignado: "Me impressiona o antiprofissionalismo de Rita Lee. O artista deve ter liberdade de expressão, mas não pode chamar os policiais de cachorro e filho da puta", disse, com todas as letras.
"Foi muita irresponsabilidade para uma senhora de 67 anos. Não foi nem um discurso pela legalização da maconha ou algo assim. Foi um show de irresponsabilidade. Me solidarizo com meus policiais, pois mantiveram o sangue frio, por que ela incitou a multidão contra eles. Imagina se um deles perde a cabeça e dá um murro em um menino desses? Poderia ter acontecido uma tragédia", prosseguiu.
"Não se pode fazer um evento desses para 20 mil pessoas, sem policiamento, ela queria o que? Ela foi recebida com todo o carinho e exigiu escolta policial para chegar até o local do show. Para chegar aqui e fazer isso com a própria polícia? Inaceitável", definiu.
"Já pensou uma festa bonita como esta (Verão Sergipe, série de shows em dos palcos na praia de Atalaia Nova), acabar em tragédia, por causa de uma artista irresponsável, que aliás cobrou caro por um show, que foi pago por patrocinadores privados, que tem sua imagem ligada a este evento?  Dizem que Deus é brasileiro, mas na verdade, Deus é roqueiro, pois evitou uma tragédia", concluiu.
Se queria se retirar do palco causando comoção, Rita conseguiu: foi levada para uma delegacia, onde prestou depoimento até de madrugada. Liberada, vai responder por desacato a autoridade e apologia ao crime.