Da AGÊNCIA BRASIL, FLÁVIO
FERREIRA, LUIZ FERNANDO CARDOSO e Edely Gomes – reprodução
da FOLHA DE SÃO PAULO, do jornal A TARDE, com fotos de Ueslei Marcelino/Reuters, Eduardo
Knapp/Folhapress, Eraldo Peres/Associated Press e Pedro Ladeira/France Presse
Cerca de 1.500 pessoas, segundo
estimativa da Polícia Militar do Distrito Federal, marcharam na Esplanada dos
Ministérios vestindo roupas pretas e carregando faixas e cartazes que pediam o
fim dos desvios de verbas públicas. A marcha foi reforçada pelo público que
participa das comemorações dos 52 anos de Brasília.
Foi a terceira edição da marcha
organizada pelo Movimento Brasil contra a Corrupção. Os protestos são
organizados, principalmente, pelas redes sociais. Segundo um dos organizadores,
Rodrigo Montezuma, estão previstas mobilizações semelhantes à de Brasília em
cerca de 40 cidades. As principais bandeiras desta edição da marcha são o fim
do voto secreto nas votações do Congresso e celeridade no julgamento do
escândalo do mensalão pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Entre os cartazes, havia muitos
que pediam a saída do governador do Distro Federal, Agnelo Queiroz, citado nas
investigações da Polícia Federal que levaram à prisão o empresário goiano
Carlinhos Cachoeira, suspeito de comandar um esquema de jogos ilegais.
Segundo Montezuma, o MBCC é um
movimento apartidário e não tem relação com nenhum grupo político específico.
"Todos os dias nós temos notícia de corrupção, no café da manhã, no almoço
e no jantar. Os homens públicos que deveriam zelar pelos recursos estão pilhando
o dinheiro do contribuinte".
A estudante Júlia Freitas, de
15 anos, participou da marcha pela primeira vez e já avisa: vai engrossar os
próximos protestos. "O que me motivou a vir foi a revolta. Tem gente que
mora na rua e não tem o que comer enquanto outros estão desfilando por aí de
carrão, se dando bem com o nosso dinheiro".
O servidor público Júlio
Proença trouxe as três filhas, de 9, 15 e 17 anos, para participar da marcha.
Ele acredita que as meninas precisam se conscientizar da importância do
problema que é a corrupção. "A minha geração abandonou isso pelo movimento
político da época [contra a ditadura militar]. Acho que as crianças têm que ter
essa consciência políticas que foi deixada de lado pelo brasileiro". A
próxima marcha contra a corrupção já tem data marcada: 7 de setembro, Dia da
Independência do Brasil.
Cerca de 700 pessoas participam
de uma marcha na avenida Paulista, em São Paulo, contra a corrupção. A
estimativa é da Polícia Militar. A avaliação dos organizadores aponta o número
de 2.500 participantes.
Os manifestantes pedem o rápido
julgamento do processo do mensalão e o fim das votações secretas no Congresso.
Eles ocupam duas faixas da via, no sentido Paraíso, e levam cartazes formando
os dizeres "S.O.S STF", entre outros. Em seguida ocorreu a passeata
até a rua Bela Cintra, com retorno até a avenida Brigadeiro Luiz Antonio.
Passeata contra a corrupção em
Maringá pede aplicação da Ficha Limpa
A chuva incessante que caiu em
Maringá (PR) na manhã deste sábado (21) não impediu a população de ir às ruas
em protesto contra a corrupção. Motivada por recorrentes escândalos divulgados
na imprensa, a passeata convocada pela sociedade civil organizada reuniu, pelos
cálculos da Polícia Militar, mais de 500 pessoas.
Do ponto de encontro na Praça
Manoel Ribas, por volta das 10h, os manifestantes percorreram a avenida
Tiradentes até o parque do Ingá, em um trajeto de 1.700 metros. Ao passar
diante da Catedral Basílica Menor de Nossa Senhora da Glória, os gritos de
repúdio contra a má gestão dos recursos públicos e a sensação de impunidade se
intensificaram.
Para o porta-voz do movimento,
o professor de engenharia da Universidade Estadual de Maringá (UEM) José Plínio
Silva Filho, a Lei da Ficha Limpa --considerada constitucional pelo Supremo
Tribunal Federal, em fevereiro deste ano-- é "a luz no fim do túnel"
para os segmentos da sociedade que lutam contra a corrupção. "Essa lei é
uma sinalização inequívoca de que está na hora da sociedade agir."
Vindo de Camaçari com um grupo
de quinze amigos, Gerônimo Nunes ficou sabendo da caminhada pelas redes sociais
e pretende levar o movimento para lá. “Como em qualquer parte do País, Camaçari
também sofre com os problemas da corrupção, mas são poucos os que tem
consciência política. Queremos dar o exemplo e mobilizar as pessoas”.(Dê um clique nas fotos para vê-las ampliadas)
Um grupo de pessoas portando
cartazes, máscaras e rostos pintados se reuniu no fim da tarde deste sábado
(21) em frente ao Farol da Barra para protestar contra os desvios de verbas
públicas no Brasil. A terceira edição da Marcha Contra a Corrupção reuniu cerca
de trezentas pessoas na capital baiana e foi realizada em mais 41 cidades do
País, segundo os organizadores do Movimento Brasil Contra a Corrupção (MBCC). Com
carro de som, eles partiram em direção ao monumento do Cristo portando faixas
que clamavam por punições mais severas a políticos acusados de corrupção além
de maior conscientização por parte dos cidadãos.
Mobilizados, principalmente,
através das redes sociais, a maioria do o grupo era composta por jovens e
representantes do grupo Anonymous. Segundo os participantes, esta não é uma
ação que conta com o apoio de partidos políticos específicos. “O movimento é
apartidário. Não envolve políticos e sim pessoas revoltadas contra o sistema e
corrução no Brasil”, disse um dos jovens que usava a máscara do Anoymous. Entre
as revindicações da marcha estavam o fim do voto aberto parlamentar, extinção
do foro privilegiado e penas mais pesadas para os crime de corrupção.
O estudante de ensino médio
José Carlos, 17 anos, foi um dos adolescentes que saiu de casa para protestar e
clamar por mais consciência política. “A gente convive pacificamente com a
corrupção todos os dias. Aprendemos a nos acostumar. É preciso tomar uma
atitude”.