Em visitas à obras da
Transnordestina, presidente afirma que paralisação 'tem outros interesses' além
dos salariais
Ângela Lacerda - de O Estado de S.Paulo
Dilma Rousseff |
A presidente Dilma Roussef se
mostrou categoricamente contra a anistia dos policias grevistas da Bahia.
"Por reivindicar, as pessoas não têm de ser presas nem condenadas, mas por
atos ilícitos, por crimes contra o patrimônio, crimes contra a pessoa e contra
a ordem pública, não pode ser anistiado", disse ela em rápida entrevista
ao vistoriar obras da ferrovia Transnordestina, no município de Parnamirim,
sertão pernambucano, a 561 kms do Recife.
"Se anistiar, aí vira um
país sem regra." A presidente afirmou que o Brasil tem hoje uma visão de
garantia da lei e da ordem muito moderna. "Nós não consideramos que seja
correto instaurar o pânico, instaurar o medo e criar situações que não são
compatíveis com a democracia. Não concordo em alguns casos, de maneira alguma,
com processo de anistia que parece sancionar qualquer ferimento da legalidade,
não concordo e não vou concordar", enfatizou.
Segundo ela, numa democracia
sempre se tem que considerar legítimas as reivindicações, mas há forma de
reivindicar. "Não considero que aumento de homicídios na rua, queima de
ônibus, entrada em ônibus encapuzados, sejam uma forma correta de conduzir o
movimento", acrescentou ela, que disse ter ficado "estarrecida"
ao assistir as gravações entre líderes de movimentos da Polícia Militar
divulgadas pela TV Globo na noite de ontem.
"Há outros interesses
envolvendo toda essa paralisação", completou. A presidente disse aguardar
com muita expectativa o desenrolar de todos os acontecimento e garantiu que o
governo federal vai agir prontamente com suporte e apoio aos governadores
sempre que eles peçam. "Em os governos solicitando, terão presença
garantida do governo federal em todas essas questões", finalizou.