Professores também vão receber
tablets e laptops para uso em sala de aula
Paulo Saldaña, de O Estado de
S. Paulo
Tablet Galaxy |
SÃO PAULO - A Prefeitura de São
Paulo começa a tirar do papel, em ano eleitoral, um projeto de tecnologia nas
escolas municipais, com internet sem fio nas unidades, projetores, tablets para
os professores, laptops para uso em salas e jogos educativos que possibilitam
interação entre alunos e até os pais. A Prefeitura já investiu R$ 52,7 milhões
no projeto e o valor deve aumentar. A partir de março, os 45 Centros de
Educação Unificada (CEU) terão internet wireless. O cronograma prevê que, até
abril, metade das escolas de ensino fundamental (250) tenham a ferramenta e o
restante, até o meio do ano. Somente a rede sem fio custou R$ 39,5 milhões e
inclui a compra, instalação e manutenção dos equipamentos em toda a rede por 36
meses. O acesso à internet é o primeiro passo do projeto da Secretaria
Municipal de Educação - nos CEUs, por exemplo, a internet livre poderá ser
usada pela comunidade. Ainda no primeiro semestre, professores receberão
tablets para atividades como chamadas de presença, acompanhamento de aulas e
coordenação dos exercícios online. Na primeira fase serão 8 mil tablets
distribuídos para as escolas - a licitação dos equipamentos foi concluída e
cada aparelho Galaxy 10,1 foi comprado por R$ 1,1 mil, incluindo manutenção por
dois anos. O valor está abaixo do oferecido pelo mercado. Outro equipamento já
comprado são os projetores - dois por escola. Os 3 mil aparelhos foram
adquiridos por R$ 4,4 milhões.
‘Facebook escolar.’ Uma das
grandes novidades, segundo a secretaria, é a adoção de jogos educativos,
criados pela própria Prefeitura. “As crianças vão aprender com jogos de
português e matemática, na sala ou em casa pela internet. Eles terão senhas,
criarão seus próprios avatares e farão os exercícios, em grupo ou individual,
propostos pelos professores”, diz o secretário de Educação, Alexandre
Schneider. “É uma rede entre alunos, pais e professores. Estamos querendo criar
o ‘Facebook escolar’.” Ao longo de 2011 e mais ativamente nos últimos quatro
meses, a secretaria desenvolveu cem jogos nas duas disciplinas. O sistema,
voltado para alunos dos 4.º, 5.º e 6.º anos do ensino fundamental (antigas 3.ª,
4.ª e 5.ª séries), trabalha de forma conjunta o conteúdo curricular e a cidade
de São Paulo. Os alunos poderão acessar de casa, ou de telecentros, os
exercícios e trocar mensagens com colegas, tendo a coordenação dos professores.
“O mais importante é que não estamos colocando a tecnologia por colocar. Ela
está dentro de um processo em que o conteúdo é o mais importante”, defende
Alexandre Schneider. A Prefeitura planeja levar laptops para todas as escolas -
em quantidade suficiente para os alunos de duas salas por cada escola. Os
computadores ficarão em carrinhos e seu uso será revezado entre os estudantes -
a licitação para essa compra não está pronta. A secretaria ainda desenvolve o
treinamento dos professores para o uso das ferramentas.
Uso eleitoral. Schneider negou
que a implementação do projeto tenha relação com o ano eleitoral. “Os
professores sabem que existe um caminho. Não dá para a gestão parar por que tem
eleição. Se fosse ação eleitoral, teríamos comprado o equipamento em 2008,
quando (o prefeito Gilberto) Kassab era candidato”, diz. Kassab já afirmou que
o próprio secretário seria “um grande prefeito”.