Na média, pelo menos um
funcionário por dia foi demitido ou afastado do governo
Felipe Recondo, de O Estado de
S.Paulo
Alvos de denúncias de
corrupção, abandono de cargo e outras irregularidades, 564 servidores federais
foram expulsos da administração pública no ano passado. Na média, pelo menos um
servidor por dia foi demitido, afastado de cargo em comissão ou teve cassado o
direito à aposentadoria. A principal razão para afastar os servidores foi uso
do cargo para a obtenção de alguma vantagem pessoal. Conforme dados reunidos
pela Controladoria-Geral da União (CGU), 308 servidores foram expulsos por essa
razão. Outros 200 foram afastados pela prática de improbidade administrativa. E
40 servidores foram flagrados pedindo propina e acabaram expulsos da
administração pública. Em termos absolutos, o Ministério da Previdência Social
concentrou a maior quantidade de casos de irregularidades - 138 servidores
foram expulsos durante o ano passado. Em seguida nesse ranking está o
Ministério da Justiça - 133 servidores afastados. O Rio de Janeiro foi o Estado
com a maior quantidade de servidores demitidos ou afastados de cargos em
comissão: 120. Nos últimos oito anos, 3.013 servidores federais foram
demitidos, outros 304 foram afastados dos cargos de confiança que ocupavam e
216 pessoas tiveram a aposentadoria cassada. No total, de 2003 a 2011, 3.533
servidores foram expulsos da administração. Desse total, mais da metade dos
servidores foram punidos por prática de corrupção. Pelos dados da CGU, 1.887
servidores foram punidos porque estavam se valendo do cargo para obter
vantagens indevidas. Por improbidade administrativa, 1.133 servidores foram afastados.
E 325 servidores foram expulsos por terem recebido propina. Além desses
motivos, quase 800 servidores foram demitidos simplesmente por não trabalhar:
511 foram expulsos por abandono do cargo e 288 foram punidos por desídia. E na
maior parte de todos os casos processados durante os últimos oito anos, os
servidores cometiam mais de uma irregularidade passível de expulsão dos quadros
públicos. Todos esses servidores responderam a processos administrativos
disciplinares e tiveram chance de se defender e de contestar as acusações. Com
base nos dados divulgados pela CGU não é possível saber se há servidores
demitidos por envolvimento em grandes esquemas de corrupção descobertos pela
Polícia Federal. Também não é possível por meio desses dados saber quanto tempo
levou a administração pública a demitir esses servidores.