Landisvalth Lima
Maria Andrade e Ana Dalva no Sapé |
É provável que nesta
sexta-feira, 23, antevéspera de Natal, a Procuradora da Comissão de Direitos
Humanos de Cícero Dantas, Maria Andrade, que é também professora efetiva do
município de Heliópolis, notifique ao delegado do município de Fátima, que
responde pela Delegacia de Heliópolis, que está sofrendo ameaças de morte. É
provável também que, em data posterior, Maria Andrade, a vereadora Ana Dalva,
membros da Comissão dos Direitos Humanos e este blogueiro tenham um encontro em
Salvador, se possível com o Secretário de Segurança Pública, para por um fim às
constantes ameaças que estes são vítimas nos últimos anos.
Já é sabido de muitos que a
vereadora Ana Dalva sofre constantes ameaças. É verdade que são todas covardes,
mas já estão irritando. A minha vida já foi vasculhada em Serrinha, Salvador,
Aracaju e Ribeira do Pombal. Onde morei, sempre apareceu um olheiro para tentar
encontrar um senão. As pressões são inúmeras. Tentaram primeiro com dinheiro,
depois com ameaças. Processaram-me oito vezes e este blog está censurado.
Agora, querem intimidar Maria Andrade e o pessoal da Comissão dos Direitos
Humanos, principalmente após a visita feita ao povoado Sapé, onde encontraram
inúmeras irregularidades na escola.
Esta semana a vereadora Ana
Dalva esteve também na escola da localidade de Maria Preta. As condições são as
mesmas. Logo após a visita, Maria Andrade recebeu as ameaças. Permita-me o
leitor omitir certas informações. É que nós queremos pegar o valentão ameaçador
e não vamos mostrar suas pegadas. Pode ser até que não tenha sido obra de
nenhum político. Pode ser coisa apenas de um vassalo em algum cargo
comissionado, crente de que está dando uma grande contribuição ao grupo
político encastelado no poder. As coisas nunca chegam de forma nítida. Vem com
um “cuidado, Professor! Não saia por aí sozinho à noite!”. Ou: “Ana Dalva,
minha filha, cuidado que tem gente que não está gostando muito de você não!”.
Sem falar nos telefonemas para os nossos celulares com ameaças.
A ameaça a Maria Andrade foi
mais contundente porque deu detalhes inclusive de lugares em que ela
costumeiramente vai certos dias da semana. Ana Dalva chegou a ser seguida
durante vários dias por um veículo Uno. A coisa só parou depois que ela prestou
queixa. Quando Maria me telefonou contando detalhes, disse a ela: “Seja bem
vinda ao mundo dos ameaçados!”. Aconselhei-a a dar queixa e vamos ao Secretário
de Segurança Pública. Não é possível, em pleno século XXI, depois de rompermos
barreiras colocando um operário no poder, depois de elegermos uma mulher como
presidente, supostos políticos decadentes ficarem por aí ameaçando pessoas
porque não querem ser fiscalizados.
Estes calhordas, canalhocratas,
vassalos decadentes, vermes políticos, carniças humanas, trapos ideológicos e
outras desgraças humanas são covardes. Seria tão simples admitir o erro,
aceitar a ideia de que errou, pedir desculpas e tomar as providências
necessárias. Foram eleitos para resolver problemas e não para esconder o lixo
debaixo do tapete. Até fica difícil dizer que são políticos propriamente ditos.
O político mesmo tem a capacidade do diálogo. Cede um pouco aqui, conquista
algo ali e vai seguindo. Ficar zangado com aqueles que fiscalizam é admitir não
querer governar em estado democrático. Ameaçar opositores é confissão de
incompetência. Sem o contraditório não há democracia. Se querem colocar em
prática a sanha do “nasci pra mandar”, vão criar gado. Porque, segundo Geraldo
Vandré, “gado a gente mata, ferra e prende, mas com gente é diferente!”.