Vera Paiva, filha de Rubens Paiva |
Na cerimônia de instalação da Comissão da Verdade, no sábado
(19), uma filha de um desaparecido na época da Ditadura Militar foi Impedida
pelo governo de falar para não constranger os militares – ela foi anteriormente
convidada para discursar. A psicóloga Vera Paiva, filha de Rubens Paiva,
desaparecido desde 1971, lamentou o veto ao seu discurso. Para ele, em vez de
proibir seu pronunciamento, os oficiais deveriam ter falado. "Teria sido
mais coerente. Eles teriam o que dizer, defendendo a Constituição e a importância
de se conhecer a verdade. Eles fariam o quê? Defenderiam a ditadura?",
indagou, à colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo. Com a participação
vetada, ela divulgou no fim de semana o texto do discurso que faria. "Eu
apoio a Comissão da Verdade e fui lá [à cerimônia de Brasília] na confiança.
Foi um mau começo. Espero que seja corrigido", clemou. No discurso não
lido, Vera afirma que, em 2011, violações dos direitos humanos continuam a
ocorrer "pela ação de pessoas que desrespeitam sua obrigação
constitucional e perpetuam ações herdeiras do estado de exceção que vivemos de
modo acirrado de 1964 a 1988".
Informações do Bahia Notícias.