Suspensões estão ligadas aos recentes escândalos no
Ministério dos Transportes
Agência Brasil/Portal
da revista ISTOÉ
A recente crise no Ministério dos Transportes envolvendo
contratos irregulares para execução de obras provocou a reavaliação dos
empreendimentos. Foram revogadas 18 licitações, sendo 14 do Departamento de
Infraestrutura Terrestre (Dnit) e quatro da Valec, a estatal que cuida da
infraestrutura do setor de ferrovias. Os dados estão no balanço do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC 2), divulgado hoje (22) pelo governo federal. “Entendemos
que é conveniente suspender e cancelar algumas licitação, com o intuito de
fazer uma avaliação adequada dos projetos e isso foi feito. Nas licitações onde
havia deficiências, elas serão corrigidas”, disse o ministro dos Transportes,
Paulo Sérgio Passos, na divulgação do balanço do PAC 2. O ministro falou também
em redução de gastos com a reavaliação de projetos relevantes. "No que diz
respeito às principais ferrovias que estamos tocando, já identificamos
oportunidades de redução de valor. Nas ferrovias, temos informações de ganhos
que podem ser obtidos com a alteração de parte do traçado". Nos projetos
rodoviários, o ministro disse que também há chances de cortar gastos com
emprego de novas tecnologia e com reavaliações de engenharia. Os últimos dados
do PAC 2 mostram que das 42 licitações do Dnit que estavam em andamento na
época da troca de comando na pasta dos Transportes, 14 foram revogadas e 27
suspensas. Das suspensas, o balanço informa que 14 serão retomadas ainda este
ano. Na Valec, das oito licitações que estavam em andamento, quatro foram
revogadas e quatro suspensas. Só uma será retomada até o fim do ano. As
licitações sem previsão de retomada este ano deverão ser publicadas no primeiro
trimestre de 2012. Passos avaliou que a crise no ministério, que culminou com o
pedido de demissão do ministro Alfredo Nascimento, não afetou o desempenho da
pasta. “No ano de 2010 tivemos uma execução de R$ 12,8 bilhões e chegamos, a
essa altura de 2011, com R$ 10,3 bilhões. Eu disse que teríamos algum impacto
pelo ajuste natural que passava o ministério pela troca de comando, mas que
isso teria caráter transitório e não comprometeria o desempenho”.