O policial militar João Dias Ferreira acusou o Ministro do
esporte, Orlando Silva Júnior (foto), de estar envolvido no esquema de corrupção e ter
recebido propina das dependências do ministério, de acordo com reportagem
divulgada pela revista 'Veja' na sexta-feira. Ferreira é um dos acusados de
envolvimento no esquema de desvio de dinheiro do programa Segundo Tempo, criado
pelo governo federal para incentivar crianças carentes a praticar atividades
esportivas e que em Heliópolis também tem provocado muitas suspeitas.
Em entrevista para a revista, o policial revelou detalhes
de como funcionava a operação dentro do ministério, e disse que o esquema pode
ter desviado mais de R$ 40 milhões nos últimos oito anos. O dinheiro deveria
ser usado para comprar material esportivo e alimentar crianças carentes e que
teria sido desviado para o caixa eleitoral do PC do B. De acordo com a
entrevista, o policial diz que as ONGs só recebiam os recursos mediante o
pagamento de uma taxa previamente negociada que podia chegar a 20% do valor dos
convênios. Segundo o militar, o ministro Orlando Silva recebeu, pessoalmente,
na garagem do Ministério do Esporte, o dinheiro da propina.
O ministro encontra-se em Guadalajara (México) acompanhando
os jogos Pan-Americanos, e participa hoje de uma reunião do Conselho de
Ministros de Esporte das Américas. Em seu Twitter, Orlando Silva Júnior
escreveu que dará na tarde deste sábado uma entrevista coletiva para desmentir
a matéria. Ele aponta ainda que o que foi dito pelo policial na reportagem
seria uma reação às medidas que tomou em relação às irregularidades no programa
Segundo Tempo. "Repudio a farsa publicada hoje em Veja. As calúnias são
reações às medidas que determinei para combater irregularidades
identificadas", disse o ministro através do microblog.
Informações da Folha de São Paulo.