Mas o nome pomposo da cidade é um
chamativo. Longe de ter o poder econômico da Filadélfia americana, a cidade é
muito jovem. Tudo começa com a tribo Cariri, que pela região fez sua história,
até ser expulsa de suas terras, deslocando-se para outras regiões, em nome da
sobrevivência. Viveram aldeados nos séculos XVII e XVIII nas Missões religiosas
do Sahy (Senhor do Bonfim da Tapera), de São Francisco Xavier (atual Jacobina
Velha) e de Bom Jesus da Glória de Jacobina (Santo Antônio de Jacobina).
Com a invasão portuguesa nesta
região, houve a expansão das terras dos proprietários, aumentando o poderia de
famílias, com destaque para os descendentes do latifundiário Garcia d'Ávila, ou
domínio da Casa da Torre. O vasto território caiu no esquecimento pelas
autoridades políticas do século XIX e do século XX. A região, que era conhecida
como Várzea do Curral, passou a ser caminho de cangaceiros, inclusive Lampião.
Por longo período, todo o território de Filadélfia pertenceu à Campo Formoso e
chegou a ser o principal produtor de feijão no Estado da Bahia.
Por aqui ainda se fala na
existência do pioneiro e histórico fazendeiro Alvino Pereira Maia, homem
conhecido por sua bondade e espírito de luta. Na época desse personagem,
fala-se que a Várzea do Curral passou a chamar-se 'Pega Nego' devido a briga de
seu Alvino com o negro morador da vizinha localidade de Lagarto. Nessa época já
existia um arraial que foi crescendo aos poucos, transformando-se em povoado.
Foi um tal de Eudaldo, que chegou inclusive a ser vereador, a ideia do projeto
de dar nome à povoação de Filadélfia, palavra grega que significa “irmãos que
se amam, que se gostam.” Em 1951, o povoado elegeu José Passos de Oliviera, o
primeiro vereador da localidade, quando Filadélfia integrava o território do
município de Pindobaçu, elegendo posteriormente vários outros representantes e
ganhando importância política e econômica.
Filadélfia despontava com
independência e criava sua própria identidade, principalmente quando se tornou polo
produtor de feijão da região. Nascia então o desejo de emancipação, sob o
comando de Manelinho, Cecentino e ajuda
de vários outros personagens. No dia 23 de maio de 1979 nasce o Projeto de Lei
nº 4.960, na Assembleia Legislativa da Bahia, propondo a criação do município
de Filadélfia. Sua emancipação só foi consolidada no dia 9 de maio 1985, sendo
desmembrado do Município de Pindobaçu.
Hoje, Filadélfia é uma cidade
bonita, arborizada e cheia de vida. Está numa altitude de 424 metros. Sua
população chegou aos 17.897 habitantes, povoando um território de 579,686 km², com densidade demográfica de 30,9 pessoas por km².
O município tem limites com Itiúba, Ponto Novo, Pindobaçu, Senhor do Bonfim e
Antônio Gonçalves. Sua distância de Salvador é de 355 kms.