Rui Costa (PT) dá grito de realidade no PT (foto: Ascom-Ba) |
Tinha perdido a esperança de que
houvesse alguém de juízo no Partido dos Trabalhadores. Entretanto, nesta
semana, o governador da Bahia, Rui Costa, em entrevista ao portal UOL, afirmou
que o partido precisa entender que, em um cenário sem Lula, “mais importante
que ter um nome do partido, é ter um nome que reconstrua o Brasil”. Viva!
Finalmente alguém bateu na tecla do bom senso. E o governador parece ter falado
como alguém que está cansado de falar internamente. Disse, por exemplo,
que “não podemos ficar nessa marra de
que, se não há um nome natural do PT e se o Lula não puder ser candidato, por
que não pode ser de outro partido?”. Isso mesmo. Quer dizer que só há alguém
capaz na esquerda se for do PT?
Disse ainda o governador baiano
que a prisão de Lula poderia, inclusive, render votos ao PT. Segundo ele, a
detenção aumentaria um sentimento "de revolta, de indignação", e os
beneficiários disso seriam os candidatos alinhados a Lula ou quem ganhar o
apoio do ex-presidente. Mas nem mesmo isso o partido está enxergando, perdido
no emaranhado de tentar mostrar que não está errando, errando mais uma vez.
Parece até que o PT não enxerga outra possibilidade a não ser a de repetir uma
mentira mil vezes para que vire uma verdade. Rui Costa, inclusive, disse que (
a prisão de Lula) contribuirá para “aumentar ainda mais a indicação de algum
nome que ele venha a apoiar, acho que aumenta a chance”, opinou o governador.
Para também permitir uma união
com um leque maior de eleitores, o PT também precisaria deixar de lado os
discursos sobre o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
"Nós temos que virar a página daquele momento. Se a gente ficar remoendo o
impeachment, nós não vamos nem dialogar com a sociedade". Ele disse que
pretende manter o PP, partido de seu vice que apoiou o impeachment, em sua
chapa à reeleição. “Nós queremos ou não o voto dessas pessoas para reconstruir
o Brasil? Queremos. Então não adianta ficar brigando com aquele momento
histórico, seus erros, seus acertos. Nós temos que dialogar com a sociedade e
chamar quem comporá o Brasil em novas bases éticas, onde a gente consiga
pactuar mudanças estruturais”, completou.
Já era tempo de alguém chamar a atenção, mas a cúpula do PT parece não
se preocupar com o partido, mas com a própria pele. Assim que a notícia
repercutiu, Gleisi Hoffman e Jacques Wagner entraram em campo e estão
desdizendo o que Rui Costa disse. A presidente do PT discordou do governador e
Jacques Wagner disse que Rui não defende plano B para Lula. Eles ainda acham
que existe um plano A. Rui Costa sabe que cegueira é veneno letal para
políticos inocentes e a teimosia pode ser doença fatal para políticos que se
acham inteligentes.