Marcelo Nilo: jogando o jogo que sabe jogar. |
Em reportagem de Rodrigo Daniel
Silva, publicada no portal da Tribuna da Bahia, o prefeito de Feira de Santana,
José Ronaldo (DEM), mostrou interesse, na última quarta-feira (17), em ter o
apoio do ex-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Marcelo Nilo
(PSL), para eleição deste ano. Os dois almoçaram juntos, em um restaurante no
Salvador Shopping. Segundo apurou a Tribuna, no encontro, Zé Ronaldo tentou
convencer Nilo de que seria positiva a mudança para o lado do prefeito de
Salvador, ACM Neto (DEM), já que o ex-presidente da Alba estaria desprestigiado
no time do governador Rui Costa (PT), desde que deixou o comando da Casa
Legislativa no início deste ano para o deputado estadual Ângelo Coronel (PSD).
“Não houve essa conversa de
convite para isso ou aquilo, mas houve muita conversa política. Marcelo é um
homem experiente e vivido. Disse a ele, em determinando momento, que ele
deveria ter cautela. Este é momento de ainda ouvir e de se pensar. Ainda é
muito indefinido o quadro político nacional”, afirmou o gestor feirense. Sobre
abrir as portas para o ex-presidente da Alba no grupo de ACM Neto, José Ronaldo
respondeu: “Não posso falar em nome do grupo, porque ainda não conversei com os
companheiros. Mas, de minha parte, eu posso responder que conviver com Marcelo
será, para mim, um prazer”.
Marcelo Nilo contou que não
recebeu um convite para ingressar na ala da oposição, mas não descartou “pular”
para o lado do prefeito soteropolitano, caso ocorra um chamado. “Em 2014, Neto
me convidou [para ser senador na chapa de Paulo Souto]. Em 2018, não me convidou.
Mas, se tiver convite, eu penso e respondo”, falou. Desde o início do ano
passado, Nilo tenta emplacar uma candidatura ao Senado, porém, depois de perder
a disputa na Alba, viu o seu sonho ficar mais distante. Sem força política, diz
ele, que desistiu e sua nova meta é ser eleito para Câmara dos Deputados na
eleição deste ano. Além disso, quer eleger o seu genro, Marcelo Veiga, para
Assembleia Legislativa. Nilo apalavrou com a presidente estadual do PSB, a
senadora Lídice da Mata, no início deste mês, o seu ingresso na sigla
socialista em março, quando abre uma janela partidária que permite ao político
trocar de legenda sem sanções.
A situação do deputado é, no mínimo,
constrangedora. Está num partido (PSL), que praticamente foi dado a Bolsonaro.
Também está num grupo político liderado por um partido que não reconhece os
aliados (PT). Já desistiu de ser senador e está vendo a sua candidatura de deputado
federal apertada. Não está fácil. Entretanto, nesta política conservadora
baiana, sem nenhuma novidade aparente, só o fato de tentar mudar de lado já
deixa uma pulga atrás da orelha dos supostos grandes líderes. Marcelo Nilo está
jogando o jogo que sabe fazer bem.