Landisvalth Lima |
José Sérgio Gabrielli com Lula na Petrobrás |
Imaginem os senhores um grupo já com sete anos
de poder, adorando a vida de controladores do Brasil, desejando continuar a
trajetória política e vendo os cofres com somas insuficientes para “comprar”
novos mandatos? Imaginem ainda uma empresa bem posta, com sobras de reservas?
Não é uma tentação para quem quer uma grana para sua campanha? Agora pensem na
Petrobrás comprando a metade de uma refinaria em Pasadena, no Texas-EUA, por
360 milhões de dólares, em 2006, sabendo que a empresa belga Astra Oil comprou
a mesma refinaria no ano anterior, chamada Pasadena Refining System, por US$
42,5 milhões. Para tornar a usina operacional, era necessário investir mais US$
1,5 bilhão, conta que seria dividida entre a Petrobras e a Astra. O contrato
previa que, se as sócias se desentendessem, uma ou outra teria que comprar a outra
metade. Elas se desentenderam, e os belgas resolveram executar o contrato:
pediram US$ 700 milhões por sua parte. A Petrobras não quis pagar e os belgas
foram à Justiça. Os brasileiros tiveram de ficar com a outra metade da sucata
por US$ 839 milhões. Soma total do prejuízo: US$ 1,204 bilhão. A refinaria está
parada, dando um custo milionário, todo mês, de manutenção. O valor máximo da
refinaria negociada não passa de 180 milhões de dólares. Não seria ótimo este
belo esquema para passar dinheiro para campanha eleitoral ou enriquecer meia
dúzia de políticos?
Presidenta Dilma e o caso do prejuízo da Petrobrás |
Dilma já se defendeu numa nota
que não explica nada - fala em contrato tecnicamente “falho” - o que só faz piorar a situação. A Folha de S.
Paulo publicou hoje declarações de dois executivos da Petrobras que vão de
encontro às declarações da presidenta em nota que ela distribuiu ontem. Dizem
que o Conselho da petroleira tinha à disposição, se assim quisesse, o contrato
na íntegra da compra da refinaria de Pasadena, o que joga por terra a tese
constante na nota segundo a qual o contrato apresentado estava “tecnicamente
falho”, justo pela ausência de duas cláusulas. A Petrobras sabia de tudo e o
Conselho, se assim quisesse, teria acesso ao documento de forma integral. Se o
contrato estivesse incompleto a justiça americana não teria obrigado a
Petrobras a ficar com toda a refinaria.
E muitas questões pairam no ar:
Foi mesmo um erro ou algo intencional? Como assinar um contrato tecnicamente
“falho”? Como permitir que a principal empresa brasileira tenha um prejuízo de
um bilhão de dólares e só ficamos sabendo depois que Gabrielli foi preterido
por Wagner como candidato ao governo ou quando o PMDB se rebela contra o PT no Congresso
Nacional? Hoje veio à tona que todo o contrato estava à disposição da
Petrobrás. Comprou porque quis ou já havia jogada para fazer caixa 2? Quem nos
garante que não houve superfaturamento intencional para se ter grana suficiente
à prática da política que estamos acostumados a ver neste país?
Outra história que não cheira bem
é esta redução de energia, de 20%, num período de seca. O preço da energia está
4 vezes mais caro e o governo está liberando bilhões para suprir o setor.
Fala-se que o prejuízo poderá bater a casa dos 21 bilhões e o governo vai
bancar este ano, de eleições, e nós pagaremos no ano de 2015. Não seria também
uma boa oportunidade para permitir que as empresas passassem parte do rombo
para financiar a conta da campanha de reeleição de Dilma e aliados? Estou só
perguntado, gente. Pode ser até que tudo seja realmente pura verdade o
anunciado pelo governo. Se é isso, então é mesmo incompetência do governo do PT.
E uma incompetência caríssima ao país. Só nas duas estatais, Petrobrás e
Eletrobrás, o rombo já chega a 100 bilhões de dólares, ou seja, cerca de 240
bilhões de reais. Só para se ter uma ideia, o Orçamento da Bahia para 2014 é de
36,9 bilhões de reais.
Marina, Eduardo e Freire na Bahia
e a resposta
Campos, Freire e Marina em Salvador |
“Eduardo Campos, Marina Silva e
Roberto Freire estarão em Salvador, neste sábado (22), para discutir programa
de governo e não eleição presidencial”, foi o que informou nesta
segunda-feira(17), em Salvador, o presidente da Fundação João Mangabeira,
Carlos Siqueira, durante entrevista coletiva na Arena Fonte Nova. PSB, Rede e
PPS vão construir, antes mesmo da corrida eleitoral, um debate da forma mais
democrática possível, incorporando seus militantes, simpatizantes e toda a
sociedade. São as características fundamentais da série de seminários que a
Aliança PSB-REDE-PPS organiza nas cinco regiões do País e que neste sábado
chega à capital baiana, onde será realizado o III Encontro Regional
Programático – Nordeste, na Itaipava Arena Fonte Nova. Sobre as declarações de
Lula que o comparou Eduardo Campos a Fernando Color, o candidato do PSB
respondeu com toda naturalidade: "Toda vez que o país pede mudanças,
alguns políticos tentam colocar o medo no coração do povo. Mas, desta vez, como
aconteceu em 2002, a esperança vai vencer o medo", afirmou o governador de
Pernambuco. A declaração de Lula foi proferida, segundo reportagem da Folha, na
semana passada, em um almoço com empresários no Paraná. O ex-presidente afirmou
que sua grande preocupação em relação às eleições 2014 é que se repita o que
aconteceu em 1989, ano em que Collor foi eleito. Ele era governador de Alagoas,
jovem, pouco conhecido no Brasil e pregava a renovação na política. Contudo,
sua conduta durante o mandato motivou um processo de impeachment e o país
passou por uma severa crise econômica. O governador de Pernambuco é um político
nordestino também relativamente desconhecido e que se apresenta como o jovem
que vai renovar a política. A declaração de Campos tem relação com a maneira
como as eleições aconteceram em 2002. O PSDB usou a atriz Regina Duarte para
dizer, na propaganda eleitoral na TV, que tinha medo do que poderia acontecer se
Lula fosse eleito presidente. Para rebater, o então marqueteiro lulista, Duda
Mendonça, inventou o bordão "a esperança vai vencer o medo". Neste
ano, Lula foi eleito.
Com informações da Folha de São
Paulo, G1, Bahia Notícias, Bahia Já, O Estado de São Paulo, A Tarde, Revista
Veja e UOL.