Chegou a hora de materializar as promessas

                                       Landisvalth Lima
Liderar é distribuir responsabilidades e não concentrar poderes.
Não há nada mais difícil que tentar construir algo no serviço público. Chega a ser uma maldade o que fazem nas várias hostes da hierarquia pública administrativa nos três governos. A última coisa em que pensam é no serviço público. A maioria esmagadora está lá para defender interesses próprios ou eleitoreiros. E não pensem que são os funcionários concursados ou os pequenos que atrapalham. São os grandes. Quanto maior o cargo, na sua esmagadora predominância, menor o compromisso com a causa pública. Não vou aqui citar nomes, até para não cometer injustiças, mas vejo professores se dedicando em sala de aula para levar o melhor para seus alunos, servidores cumprindo regularmente seus horários e se preocupando com pequenos detalhes do seu fazer diário, até sei de servidores que pagaram do seu minguado salário serviços em sua escola, para que ela funcionasse a contento.
Estes últimos relatos me fazem ainda acreditar no serviço público, mas me dá revolta quando vejo que poderia ser melhor. Digo, o serviço público em vários lugares do Brasil é de alta qualidade, mas em inúmeros outros é um desastre. Nós poderíamos em Heliópolis dar exemplo. Vejo muita gente em vários órgãos da Prefeitura dando o máximo que pode para as coisas melhorarem e nada melhora. Tudo sempre fica a depender de uma só pessoa e quando as coisas chegam nela, tudo para. Reparem o que que é trabalhar num local onde tudo fica estacionado se uma pessoa não está no setor? Tudo só anda se ela estiver por perto. Isto tem um nome: centralização administrativa. Ou a Prefeitura de Heliópolis distribui as tarefas adequadamente ou vamos chegar a um colapso administrativo. Veja o exemplo da Semana Pedagógica. Por que tudo deu quase certo e os erros foram poucos? Porque cada um era responsável por uma tarefa. Já pensou se tudo dependesse do professor José Quelton?
E por que estou aqui a escrever este artigo? Porque tudo tem limites! Depois de debatermos o PAMEH – Projeto de Ações e Metas da Educação de Heliópolis – foi todo ele refeito, passou pelas mãos do secretário de educação, passou pelo crivo de Evanilson. Tudo estava ok. Até que foi parar no setor jurídico e parece que de lá escafedeu-se! Só dependia do aval deste bendito setor para enviar à Câmara de Vereadores e, com a boa vontade dos vereadores – que sei, não faltará – o PAMEH seria aprovado. Como é que eu tenho um setor que existe para dar celeridade e as coisas quando chegam lá param? Para que se gasta tanta grana com advogados, se só fazem retardar a administração pública? O projeto foi encaminhado dia 14 de março e tem apenas cinco páginas! Ildinho precisa saber que, se um setor não funciona a contento, não tem essa de amizade não! Demite-se! Há um monte de advogados aí procurando um lugar como este. O que não pode é ficar a administração atrofiada porque alguns não estão agindo adequadamente.
A educação de Heliópolis não pode mais esperar. Vamos aproveitar a boa vontade de vários profissionais que chegaram, somada aos que aqui já estavam, e fazer a lição de casa. O projeto é para três anos. É muito pouco tempo para chegarmos a alguns resultados concretos. Não poderei aceitar que muitos padeçam por causa da má vontade de uns poucos. Fosse uma empresa particular, tudo estaria resolvido porque o objetivo é o lucro. Aqui é a res publica, e nela os resultados são: bem-estar social, povo educado e consciente. Já que o prefeito Ildinho resolveu dar prioridade à educação e quer fazer o melhor, é preciso que ele chame os setores que não produzem e dê um ultimato. Chega de banalizar o serviço público. O povo de Heliópolis não merece o sacrifício de ficar sempre sonhando. É hora de materializar as promessas.